Devi<strong>do</strong> à sua extraordinária capacidade deadaptação aos diferentes ecossistemas, a espécieé disseminada em vários continentes. No <strong>Brasil</strong>,acredita-se que a chegada das sementes tenhaocorri<strong>do</strong> <strong>no</strong> século XVI, trazida pelosexplora<strong>do</strong>res europeus para o cultivo e autilização <strong>do</strong> óleo das sementes para ailuminação das ruas. Hoje em dia, em resposta auma excelente aclimatação, grandes populaçõesde mamona podem ser observadas em terre<strong>no</strong>sbaldios, áreas agrícolas, proximidades dehabitações rurais ou terre<strong>no</strong>s recentementerevolvi<strong>do</strong>s (Instituto Hórus, 2009). Assim, aocupação e expansão da mamona são bastantefavorecidas pelas perturbações antrópicas. NaRegião <strong>Nordeste</strong>, há 203 ocorrências de mamonaregistradas na Base Nacional de Da<strong>do</strong>s sobre<strong>Espécies</strong> <strong>Exóticas</strong> <strong>Invasoras</strong>.Com o lançamento <strong>do</strong> Programa Nacional deProdução e Uso de Biodiesel (PNPB), em 2004, amamona foi designada pelo Gover<strong>no</strong> Federalcomo um <strong>do</strong>s pilares de sua política de inclusãosocial da agricultura familiar na cadeia produtivada agroenergia, transforman<strong>do</strong>-a em umaimportante alternativa de cultivo para a região<strong>do</strong> semiári<strong>do</strong> <strong>no</strong>rdesti<strong>no</strong>, principalmente por serde fácil adaptação e ter boa resistência aperío<strong>do</strong>s de seca, além de proporcionar trabalhoe renda para as populações locais. No entanto, oaumento populacional e a expansão da espéciepara fora das áreas de cultivo têm ocasiona<strong>do</strong>problemas ambientais, como a perda debiodiversidade em ecossistemas abertos devi<strong>do</strong>ao sombreamento excessivo, a restrição àcirculação da fauna, além de ocasionar da<strong>no</strong>ssociais e econômicos, como a perda de áreasutilizadas por produtores para lavouras epastagens.Para melhor aproveitamento <strong>do</strong>s benefíciosofereci<strong>do</strong>s pela espécie sem acarretar da<strong>no</strong>s aosecossistemas naturais, a produção <strong>do</strong>biocombustível <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> deve ser estabelecida apartir de estratégias para o desenvolvimentosustentável.Além disso, as sementes da mamona contêmríci<strong>no</strong>, um alcaloide extremamente tóxico paraanimais e seres huma<strong>no</strong>s. As folhas tambémpossuem a toxina, porém em me<strong>no</strong>rconcentração. Os sintomas da intoxicação emanimais geralmente aparecem após algumashoras ou poucos dias. Quan<strong>do</strong> ingeridas, assementes podem causar problemasgastrointestinais, e as folhas, problemasneuromusculares (Instituto Hórus, 2009).67
Algaroba – Prosopis julifloraA espécie arbórea conhecida <strong>no</strong> <strong>Nordeste</strong>como algaroba ou algarobeira é originária <strong>do</strong>sEsta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s e <strong>do</strong> México (Lorenzi et al.,2003). Foi introduzida <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> em 1942, emSerra Talhada, Pernambuco, por meio desementes trazidas <strong>do</strong> Peru (Azeve<strong>do</strong>, 1961), e,alguns a<strong>no</strong>s depois, outras sementes trazidas <strong>do</strong>Sudão foram introduzidas em Angicos, RioGrande <strong>do</strong> Norte, em 1948 (Lima e Silva, 1991).Primeiramente, a espécie foi introduzida comfinalidade de plantio para suplementaçãoalimentar <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> (Nobre, 1982);posteriormente, a espécie foi difundida na regiãocomo alternativa econômica para forragem eprodução de madeira e lenha (Pega<strong>do</strong> et al.,2006), o que favoreceu a sua disseminaçãointencional em vários municípios na região.A maior distribuição da espécie encontra-sena Região <strong>Nordeste</strong> (Lima e Silva, 1991), onde há179 ocorrências de algaroba registradas na Basede Da<strong>do</strong>s Nacional sobre <strong>Espécies</strong> <strong>Exóticas</strong><strong>Invasoras</strong>, incluin<strong>do</strong> o Arquipélago de Fernan<strong>do</strong>de Noronha. Entretanto, contrapon<strong>do</strong>-se aobaixo número de ocorrências registradas nessabase, encontram-se relatos da <strong>do</strong>minância daespécie. Segun<strong>do</strong> Nascimento (2008), essaespécie pode ser observada <strong>do</strong>minan<strong>do</strong> extensasáreas, e estima-se que 500 mil hectares daCaatinga, ecossistema <strong>do</strong>minante da Região,estejam invadi<strong>do</strong>s pela algaroba. Segun<strong>do</strong>Franco (2008), hoje são mais de 10 milhões deindivíduos só na Paraíba, principalmente naregião <strong>do</strong> Cariri.No <strong>Nordeste</strong>, a algaroba ocorrepreferencialmente em locais de clima semiári<strong>do</strong>,sen<strong>do</strong> encontrada em densos povoamentos deáreas degradadas, agrícolas e de pasto, comotambém ao longo de canais de irrigação e nasproximidades de açudes (Lima et al., 2002). Aespécie também é frequente invasora em matasciliares e baixadas sedimentares (Pega<strong>do</strong> et al.,2006; Franco 2008). Assim, a ocupação e aexpansão da algaroba são bastante favorecidaspelas perturbações antrópicas e pelaproximidade de cursos de água (Lins e Silva,1997).O sucesso da algaroba como invasora podeestar relaciona<strong>do</strong> com a produção massiva desementes e a sua eficiente dispersão. Assementes podem ser dispersas a longasdistâncias. Já em escala local, são os animais,tanto de criação quanto selvagens, quedisseminam as sementes após comerem osfrutos. Outro fator que contribui para o sucessoda invasão da espécie é a capacidade da sementede permanecer <strong>do</strong>rmente por até 10 a<strong>no</strong>s <strong>no</strong> solo(Gisp, 2005).Devi<strong>do</strong> às suas características de ocupação eà formação de aglomera<strong>do</strong>s populacionais, aalgaroba pode esgotar reservas vitais de água emambientes onde esse recurso é escasso,68
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