13.07.2015 Views

Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil - Cepan

Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil - Cepan

Espécies Exóticas Invasoras no Nordeste do Brasil - Cepan

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

terrestre (Gisp, 2005). Segun<strong>do</strong> os da<strong>do</strong>s da BaseNacional sobre <strong>Espécies</strong> <strong>Exóticas</strong> <strong>Invasoras</strong>, há124 ocorrências de leucena na Região <strong>Nordeste</strong>.Essa espécie invasora pode formaraglomera<strong>do</strong>s mo<strong>no</strong>específicos, substituin<strong>do</strong> avegetação natural, o que dificulta a circulação dafauna nativa e expõe o solo à erosão. Essaespécie compõe a lista das 100 espéciesinvasoras mais agressivas <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (ISSG, s/d).A leucena é comumente encontrada ao longo demargens de ro<strong>do</strong>vias, em áreas degradadas,agrícolas e de pastagens, além de serfrequentemente observada invadin<strong>do</strong> bordas deflorestas e margens de rios (Instituto Hórus,2009). A <strong>do</strong>minância exercida também impede aregeneração natural da vegetação nativa, como éo caso da Floresta Nacional de Pacotuba, situada<strong>no</strong> município de Cachoeiro de Itapemirim,Espírito Santo, onde sua presença prejudica odesenvolvimento <strong>do</strong> plantio realiza<strong>do</strong> para arecuperação da área (Xavier e More<strong>no</strong>, 2008).A espécie pode também ter impactosnegativos sobre animais não ruminantes queconsomem as folhas e sementes, uma vez que oalto teor <strong>do</strong> ami<strong>no</strong>áci<strong>do</strong> mimosina presentenessas estruturas, quan<strong>do</strong> consumidas emgrandes quantidades, pode provocar problemasà saúde <strong>do</strong>s animais (Instituto Hórus, 2009).GramíneasO histórico de introdução das espécies degramíneas oriundas das savanas <strong>do</strong> continenteafrica<strong>no</strong> é bastante antigo e teve como principalmotivação o cultivo para produção de forragempara o ga<strong>do</strong> (Cox et al., 1988). Um númeroconsiderável de gramíneas foi introduzi<strong>do</strong>intencionalmente em várias localidades <strong>do</strong>mun<strong>do</strong>, especialmente nas regiões semiáridas eáridas das Américas <strong>do</strong> Norte e <strong>do</strong> Sul (Williamse Baruch, 2000). Nessas regiões, essas espéciestêm facilmente escapa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s cultivos ecoloniza<strong>do</strong> áreas seminaturais e naturais comrápida taxa de expansão, causan<strong>do</strong> prejuízosecológicos que comprometem a estabilidade <strong>do</strong>secossistemas (Williams e Baruch, 2000).Em muitos casos, a introdução intencional deespécies exóticas representa importantesbenefícios para a eco<strong>no</strong>mia local e regional dasáreas onde foram introduzidas, e, na maioriadesses casos, os atributos que fazem com queelas tragam benefícios econômicos são osmesmos que as tornam invasoras (Arraiga et al.,2004). Dessa forma, <strong>no</strong>vas introduções podemsignificar recursos econômicos imediatos para aregião, mas, posteriormente, podem acarretarsérios da<strong>no</strong>s ecológicos ao hábitat (Sakai et al.,2001), o que também pode comprometer diretae indiretamente os benefícios econômicostrazi<strong>do</strong>s (Lonsdale, 1994).Na América <strong>do</strong> Sul, a região semiárida <strong>do</strong><strong>Nordeste</strong> <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> foi alvo de um grandenúmero de introduções intencionais degramíneas (Cox et al., 1998). Devi<strong>do</strong> àscondições ambientais, foram introduzidas naregião espécies de fácil estabelecimento,resistentes à seca e com alta produtividade(Williams e Baruch, 2000), tais como Cenchrusciliaris (capim-búfalo), Melinis minutiflora(capim-gordura) e, mais recentemente,Andropogon gayanus (capim-andropogon),Pennisetum purpureum (capim-elefante),Digitaria eriantha (capim-pangola) e váriasespécies <strong>do</strong> gênero Urochloa — em sua maioriaconhecidas como braquiárias (Bogdan, 1977;Williams et al., 1995). Atualmente, todas essasespécies são consideradas invasoras emdiferentes formações vegetais <strong>do</strong> <strong>Nordeste</strong>brasileiro, sen<strong>do</strong> comumente responsáveis por70

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!