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O custo médio <strong>da</strong> corrupção de todos os casos <strong>da</strong> amostra em termos de per<strong>da</strong> de VA Nacional foi na<br />
ordem inacreditável de USD 2,5 bilhões ou mais de 17% do Valor acrescentado <strong>para</strong> 2012-2014, de<br />
acordo com as estatísticas do INE. Da<strong>da</strong>s as incertezas e a fraqueza dos <strong>da</strong>dos disponíveis, o custo<br />
pode situar-se num intervalo de 14.8% a cerca de 20.2% do VA. Tomando em conta uma população<br />
estima<strong>da</strong> em 25,8 milhões de pessoas em 2013, isso significaria que ca<strong>da</strong> pessoa, em média, teria<br />
perdido USD 98 por ano devido à corrupção ou cerca de 18% relativamente ao que o seu rendimento<br />
seria sem corrupção.<br />
O gráfico abaixo ilustra o custo em percentagem do VA por sector. Observe-se que a decisão em<br />
relação a se um caso deve ou não ser colocado num ou noutro sector nem sempre é uma tarefa fácil,<br />
especialmente nos casos em que diversos sectores são atingidos ou no caso em que se escolhe um<br />
sector um grau de incerteza quanto à natureza <strong>da</strong> operação corrupta. Por conseguinte, a distribuição<br />
sectorial do custo <strong>da</strong> corrupção é subjectiva e vulnerável a decisões que o pesquisador toma. Um<br />
exemplo ilustrativo disso é o <strong>da</strong> EMATUM que foi classificado como ‘Pescas’ enquanto seria possível<br />
avaliá-lo como uma questão ‘pública’ e de ‘defesa’– e nesta ordem devia ter sido classificado como do<br />
sector <strong>da</strong> Administração Pública.<br />
Figura 5: Custo <strong>da</strong> <strong>Corrupção</strong> por Sector de Produção em percentagem (média 2012-2014)<br />
Utili<strong>da</strong>des Públicas, Energia Eléctrica, Água, etc<br />
Transporte, armazenagem e comunicação<br />
Comércio e Oficinas (re<strong>para</strong>ção de veículos)<br />
Serviços*<br />
Administração Pública<br />
Mineração<br />
Manufactura/Indústria<br />
Saúde<br />
Pesca<br />
Educação<br />
Obras Públicas, Construção<br />
Agricultura, Florestas, Caça<br />
0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0 120.0 140.0<br />
Fonte: Autores<br />
* Inclui hotéis, restaurantes, informação, comunicação, serviços financeiros e sector imobiliário, serviços empresariais, outros<br />
serviços sociais e pessoais, ajusta<strong>da</strong> pelos Serviços de Intermediação Financeira Indirectamente Medidos (SIFIM).<br />
A maioria dos sectores, como Serviços de Utili<strong>da</strong>de Pública, Transportes, Comércio, Serviços, Mineração,<br />
Indústria e Agricultura apresentam um custo de corrupção um pouco abaixo de 10% até acima de<br />
20%. Um sector que mais se destaca negativamente é o <strong>da</strong> Construção (ver: Quadro 1). A eleva<strong>da</strong><br />
percentagem deve ser suspeita, <strong>da</strong>do que o sector <strong>da</strong> construção, em geral, é vulnerável e propenso<br />
à corrupção em todos os países. O caso espectacular do sector <strong>da</strong> pesca está relacionado ao seu<br />
tamanho relativamente pequeno em termos de VA e, sobretudo, é afectado pelo grande caso EMATUM<br />
em que se assume que pelo menos USD 300 milhões foram perdidos por conta <strong>da</strong> corrupção. É de<br />
salientar que os sectores ‘públicos’ como o <strong>da</strong> Administração Pública, Educação e Saúde parecem<br />
estar afectados minimamente pela corrupção abrangi<strong>da</strong> na amostra de casos. Estes são os principais<br />
sectores em termos de VA e mesmo que a corrupção que ocorre seja significativa, a proporção tornase<br />
pequena devido ao seu elevado peso relativo na matriz VA. Se tivéssemos considerado a EMATUM<br />
como fazendo parte <strong>da</strong> Administração Pública, a figura iria alterar-se drasticamente com as Pescas<br />
exibindo o menor custo <strong>da</strong> corrupção a favor <strong>da</strong> Administração Pública.<br />
44 CENTRO DE INTEGRIDADE PÚBLICA(CIP), MOÇAMBIQUE