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Volume 7 - Realismo Fantasmagórico

Realismo Fantasmagórico

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1<br />

CINEMA MUNDIAL: REAlISMO, EVIDÊNCIA, PRESENÇA<br />

Thomas Elsaesser<br />

<strong>Realismo</strong> e o cinema mundial1<br />

O cinema europeu de arte e de autor (e por extensão, o cinema mundial) sempre<br />

se definiu como o contrário de Hollywood com base no seu maior realismo.<br />

Se pensarmos no neorrealismo italiano, no estilo semidocumentarista do<br />

cinema verdade presente na nouvelle vague francesa ou no realismo psicológico<br />

clinicamente investigativo de Ingmar Bergman: nossas noções de cinema<br />

não-hollywoodiano são normalmente atreladas a alguma versão de uma<br />

estética realista. O movimento dinamarquês Dogma 95 ou o Cinema Novo<br />

Iraniano, por exemplo, foram saudados como retornos bem-vindos dos<br />

preceitos do neorrealismo, e muitos outros cinemas nacionais emergentes,<br />

perceptivelmente da África, América Latina e partes da Ásia, são comemorados<br />

em festivais pelo engajamento quase-documental e etnográfico com os ritmos<br />

lentos do dia a dia, com as vidas de pessoas comuns, com o ambiente natural<br />

ameaçado de desaparecimento, com a desolação dos guetos e favelas urbanas,<br />

ou com o tédio e anomia das classes médias asiáticas emergentes.<br />

Se tivesse que dar uma rápida definição de quem considero os típicos<br />

diretores do cinema mundial, diria o seguinte:<br />

1 ELSAESSER, Thomas. “World Cinema: Realism, Evidence, Presence”. In: NAGIB,<br />

Lúcia; MELLO, Cecília (Orgs.). Realism and the Audiovisual Media. Basingstoke:<br />

Palgrave Macmillan, 2009. p. 3-19.<br />

CINEMA MUNDIAL: REAlISMO, EVIDÊNCIA, PRESENÇA 37

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