06.10.2017 Views

Fides 18 N2 - Revista do Centro Presbiteriano Andrew Jumper

Revista Fides Reformata 18 N2 (2013)

Revista Fides Reformata 18 N2 (2013)

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

FIDES REFORMATA XVIIi, Nº 2 (2013): 9-31<br />

onde a ciência pôde ir não há nada mais complexo <strong>do</strong> que o cérebro humano, 32<br />

ainda que este não seja o aspecto mais amplo e completo <strong>do</strong> ser humano cria<strong>do</strong><br />

à imagem de Deus.<br />

Aqui vemos de forma refletida o para<strong>do</strong>xo da existência humana: grandeza<br />

e limitação; finitude e transcendência; prodigialidade e animalidade. A<br />

ciência esbarra sempre na questão enfatizada por Blaise Pascal, 33 detectada<br />

por Bavinck: “A ciência não pode explicar essa contradição no homem. Ela<br />

reconhece apenas sua grandeza e não sua miséria, ou apenas sua miséria e não<br />

sua grandeza”. 34 Sem a Palavra de Deus nenhuma ciência ou mesmo a arte,<br />

nem mesmo a junção de todas as ciências e o idealismo da arte conseguem<br />

apresentar um quadro completo <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> homem e da vida. Somente<br />

por meio da revelação de Deus, o nosso Cria<strong>do</strong>r, podemos ter uma visão clara<br />

e abrangente <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> da vida, <strong>do</strong> homem, <strong>do</strong> tempo e da eternidade.<br />

Somente a cosmovisão cristã tem algo a dizer de forma abrangente e significativa<br />

a respeito da totalidade da vida. 35<br />

Séculos depois de Davi encontramos admiração semelhante entre os<br />

gregos. Todavia, a admiração <strong>do</strong>s gregos ao contemplar o universo os conduziu<br />

em outra direção. Eles diziam que a admiração conduz o homem à filosofia.<br />

Platão (427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.) estão acordes neste<br />

ponto. Platão escreveu: “A admiração é a verdadeira característica <strong>do</strong> filósofo.<br />

Não tem outra origem a filosofia”. 36<br />

32 “Não há outra estrela ou planeta no universo cuja importância para Deus se compare à da Terra.<br />

O próprio homem, no senti<strong>do</strong> biológico, é infinitamente mais complexo <strong>do</strong> que as estrelas. É absur<strong>do</strong><br />

apequenar o homem só por causa de seu tamanho. Embora grande, uma estrela é muito simples, composta<br />

em sua maior parte de hidrogênio e hélio. A medida <strong>do</strong> significa<strong>do</strong> no universo não é o tamanho, mas a<br />

ordem e a complexidade, e o cérebro humano, até onde a ciência pode determinar, é, de longe, o mais<br />

complexo agrega<strong>do</strong> de matéria <strong>do</strong> universo. Em senti<strong>do</strong> estritamente físico, a Terra é o mais complexo<br />

agrega<strong>do</strong> de matéria inanimada que conhecemos no universo, e se destina exclusivamente a servir de<br />

lar para o homem” (MORRIS, Henry M. Amostra de salmos. Miami: Editora Vida, 1986, p. 21-22).<br />

“Os seres humanos são infinitamente mais complexos <strong>do</strong> que processos físicos, químicos e biológicos.<br />

A partir de uma perspectiva teísta cristã, pode-se afirmar também essa complexidade em virtude <strong>do</strong> fato<br />

de que as pessoas são criadas à própria imagem de Deus. Cada pessoa é única, e as exceções podem ser<br />

citadas para qualquer paradigma ou modelo” (Pazmiño, Robert W. Temas fundamentais da educação<br />

cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2008, p. 13).<br />

33 “É perigoso fazer ver demais ao homem quanto ele é igual aos animais, sem lhe mostrar a sua<br />

grandeza. É ainda perigoso fazer-lhe ver demais a sua grandeza sem a sua baixeza. É ainda mais perigoso<br />

deixá-lo ignorar uma e outra. Mas é muito vantajoso representar-lhe ambas” (PASCAL, Blaise.<br />

Pensamentos. Os Pensa<strong>do</strong>res, Vol. 16, São Paulo: Abril Cultural, 1973, VI.4<strong>18</strong>. p. 139).<br />

34 Bavinck, Teologia sistemática, p. 24.<br />

35 Ver: NASH, Ronald H. Questões últimas da vida: uma introdução à filosofia. São Paulo: Cultura<br />

Cristã, 2008, p. 19; VAN TIL, Cornelius. Apologética cristã. São Paulo: Cultura Cristã, 2010, p. 21.<br />

36 Apud Platão, Teeteto, 155d. In: Teeteto-Crátilo. 2ª ed. Belém: Universidade Federal <strong>do</strong> Pará,<br />

1988, p. 20.<br />

17

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!