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Fides 18 N2 - Revista do Centro Presbiteriano Andrew Jumper

Revista Fides Reformata 18 N2 (2013)

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FIDES REFORMATA XVIIi, Nº 2 (2013): 9-31<br />

As duas interpretações não alteram em nada a nossa compreensão teológica<br />

das Escrituras, apenas realçam aspectos <strong>do</strong> texto que podem sugerir caminhos<br />

diferentes. Contu<strong>do</strong>, ambos fazem parte <strong>do</strong> ensino sistemático das Escrituras.<br />

Dito isto, podemos prosseguir. O profeta Jeremias descreve a Criação<br />

como uma manifestação da sabe<strong>do</strong>ria e inteligência de Deus: “O Senhor fez<br />

a terra pelo seu poder; estabeleceu o mun<strong>do</strong> por sua sabe<strong>do</strong>ria, e com a sua<br />

inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12). No livro de Jó, nas palavras de Eliú,<br />

encontramos a ênfase na sabe<strong>do</strong>ria e soberania de Deus: “Eis que Deus se<br />

mostra grande em seu poder!....” (Jó 36.22).<br />

Davi, contemplan<strong>do</strong> a majestosa Criação de Deus, escreveu: “Graças te<br />

<strong>do</strong>u, visto que por mo<strong>do</strong> assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas<br />

obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem” (Sl 139.14).<br />

O homem partilha de duas identidades: uma divina e outra animal. Em<br />

certo senti<strong>do</strong> nós não somos diferentes <strong>do</strong>s cães, gatos, macacos e de outros<br />

animais, visto que to<strong>do</strong>s nós fomos cria<strong>do</strong>s por Deus; neste senti<strong>do</strong> há, digamos<br />

assim, uma igualdade: toda criação é proveniente da vontade de Deus.<br />

Salomão, na velhice, mostran<strong>do</strong> a nulidade da sabe<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> homem e a<br />

fragilidade da vida humana, escreve:<br />

Porque o que sucede aos filhos <strong>do</strong>s homens, sucede aos animais; o mesmo lhes<br />

sucede: como morre um, assim morre o outro, to<strong>do</strong>s têm o mesmo fôlego de<br />

vida, e nenhuma vanglória tem o homem sobre os animais; porque tu<strong>do</strong> é vaidade.<br />

To<strong>do</strong>s vão para o mesmo lugar; to<strong>do</strong>s procedem <strong>do</strong> pó, e ao pó tornarão<br />

(Ec 3.19,20).<br />

Se por um la<strong>do</strong> o homem partilha com os outros animais de uma identidade<br />

de criação, por outro, estabelece-se biblicamente uma grande distância<br />

entre o homem e o resto da criação porque fomos cria<strong>do</strong>s à imagem de Deus.<br />

Por isso, somos seres pessoais como Deus é, temos uma personalidade que<br />

permite não nos limitarmos ao nosso corpo, embora este faça parte de nós e<br />

não lhe seja algo mau, inferior ou desprezível: a alma e o corpo são criações<br />

de Deus e Ele mesmo pelo seu poder ressuscitará o nosso corpo na vinda gloriosamente<br />

triunfante de Jesus Cristo. A ressurreição <strong>do</strong> corpo, por si só, é um<br />

indicativo relevante acerca da condição não desprezível da matéria. O peca<strong>do</strong><br />

teve consequências integrais sobre a Criação; a restauração de Cristo também<br />

envolverá todas as coisas permanentemente (Rm 8.<strong>18</strong>-25).<br />

O ser humano como criação secundária (em termos de ordem, não de<br />

importância) foi forma<strong>do</strong> com maestria e habilidade 63 de matéria previamente<br />

criada por Deus (Gn 3.19). Entretanto, ele recebeu diretamente de Deus o<br />

63 Ver: KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova/Mun<strong>do</strong> Cristão,<br />

1979, p. 57 (Gn 2.7).<br />

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