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F&N202

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PAÍS<br />

"Estes encontros servem também<br />

para a identificação de interesses<br />

comuns e tarefas que podemos<br />

desenvolver em conjunto, num momento<br />

em que Angola está a viver<br />

um processo de mudanças em vários<br />

domínios da sua vida", disse o Chefe<br />

do Estado, qualificando o fórum<br />

como "um exercício importante de<br />

auscultação que nos vai ajudar a colocar<br />

na prática alguns dos vossos<br />

pontos de vista e ideias inovadoras,<br />

e assim ultrapassar com rapidez os<br />

actuais constrangimentos que se colocam<br />

ao bom desenvolvimento da<br />

actividade empresarial em Angola".<br />

No fórum, o Presidente homenageou<br />

os empresários que, passando<br />

por vários sacrifícios, conseguiram<br />

manter-se activos durante todos estes<br />

anos enfrentando a difícil crise de<br />

valores e as enormes dificuldades causadas<br />

pela profunda crise económica e<br />

financeira que o país ainda vive.<br />

"A estes empresários resilientes<br />

que se mantêm firmes na actividade<br />

produtiva, expresso o meu reconhecimento<br />

pelo seu empenho, pelo seu<br />

profundo patriotismo e sobretudo<br />

pela sua capacidade de empreender<br />

em momentos e circunstâncias tão<br />

difíceis", afirmou, aconselhando-os<br />

no sentido de se manterem firmes,<br />

porque, segundo sublinhou, o compromisso<br />

do governo para mudar a<br />

situação económica e social é igualmente<br />

firme e as reformas que se<br />

está a fazer vão efectivamente dar os<br />

seus frutos.<br />

Entretanto, João Lourenço confirmou<br />

durante o seu discurso o<br />

facto de o país ter estado a viver um<br />

ambiente de recessão económica<br />

nos últimos 3 anos,e que os níveis<br />

de desemprego em Angola subiram.<br />

"Trata-se de um problema que nos<br />

deve preocupar a todos e que só<br />

poderá ser resolvido através do aumento<br />

do investimento na economia,<br />

sobretudo do investimento privado",<br />

alertou.<br />

Para si, "só com o aumento do<br />

investimento poderemos voltar a<br />

crescer do ponto de vista económico,<br />

poderemos criar mais postos de<br />

trabalho e proporcionar aos angolanos<br />

em particular à nossa juventude,<br />

melhores rendimentos e por esta via,<br />

aumentar o seu bem-estar e das suas<br />

famílias.<br />

João Lourenço exortou ao empresariado<br />

nacional a investir mais<br />

nas diferentes indústrias, na agro-<br />

-pecuária, nas pescas, no turismo e<br />

em outros ramos da nossa economia,<br />

pois prevê-se o aumento da oferta<br />

de energia e água no país, sobretudo<br />

após a interligação através das redes<br />

de transportação dos sistemas eléctricos<br />

do norte ao centro do país, e<br />

com a perspectiva de ligar e expandir<br />

para sul e para o leste.<br />

“<br />

Só com o aumento do<br />

investimento poderemos<br />

voltar a crescer do ponto<br />

de vista económico, poderemos<br />

criar mais postos de<br />

trabalho e proporcionar<br />

aos angolanos, em particular<br />

à nossa juventude,<br />

melhores rendimentos (...)<br />

“<br />

O Presidente da República manifestou<br />

o seu agrado pelo facto de,<br />

apesar das dificuldades que as empresas<br />

enfrentam, se verificar um<br />

interesse crescente dos empresários<br />

em participarem das iniciativas do<br />

Executivo para alterar o quadro que<br />

vivemos, recordando que, em termos<br />

de apoios, o Executivo negociou de<br />

forma exitosa com o Deutshe Bank<br />

alemão uma linha de financiamento<br />

no valor de mil milhões de dólares<br />

americanos destinados à dinamização<br />

da actividade económica privada,<br />

com destaque para o sector produtivo.<br />

"Mas é bom que se diga que para<br />

além destes recursos, estão ainda à<br />

disposição dos empresários outras<br />

facilidades.O Banco de Desenvolvimento<br />

de Angola foi orientado<br />

no sentido de utilizar recursos do<br />

Fundo Nacional do Desenvolvimento<br />

para bonificar as taxas de juro<br />

ainda muito altas prevalecentes no<br />

mercado financeiro, para créditos a<br />

conceder pelos bancos comerciais<br />

para investimentos nos produtos<br />

prioritários definidos no âmbito<br />

do PRODESI", destacou o Chefe do<br />

Executivo, lembrando igualmente<br />

que, através do Banco Nacional de<br />

Angola, orientou ainda os Bancos<br />

Comerciais a concederem crédito<br />

para parte dos produtos priorizados<br />

pelo PRODESI, no montante mínimo<br />

equivalente a 2% do seu activo, cujos<br />

encargos de financiamento incluindo<br />

os juros e comissões não deverão<br />

exceder os 7,5%.<br />

Ainda neste contexto, o Presidente<br />

afirmou que diversas instituições<br />

financeiras multilaterais tais como o<br />

Banco Mundial, o Banco Africano de<br />

Desenvolvimento, a Agência Francesa<br />

de Desenvolvimento entre outras,<br />

estabeleceram programas com o<br />

Executivo para dedicarem recursos<br />

para financiar projectos do sector<br />

privado em Angola.<br />

"Pretendemos que estes recursos<br />

de financiamento disponíveis, sejam<br />

utilizados de modo criativo e eficaz<br />

pelos nossos empresários, de modo a<br />

tornar a nossa economia mais sustentada<br />

e menos dependente do petróleo",<br />

alertou, destacando na mesma<br />

linha a necessidade de se estabelecer<br />

uma relação positiva entre o volume<br />

de crédito concedido e os resultados<br />

que almejamos alcançar em termos<br />

de produção e produtividade.<br />

"Exigiremos seriedade e rigor<br />

na qualidade dos projectos, na análise<br />

das propostas e teremos todo o<br />

cuidado nos desembolsos e na fiscalização<br />

da sua implementação.Esta é<br />

uma forma que o Executivo encontrou<br />

de reconhecer a importância e o<br />

papel do empresariado nacional, ajudando-o<br />

a crescer, a se afirmar como<br />

um actor fundamental que contribui<br />

para a diversificação da economia,<br />

para o aumento da oferta de bens<br />

e de serviços e para o aumento da<br />

oferta de emprego", afirmou.<br />

Figuras&Negócios - Nº 202 - JUlHO 2019 17

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