F&N202
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ÁFRICA<br />
Em conferência de imprensa<br />
realizada na primeira<br />
semana de Julho,<br />
a Plataforma Política<br />
das Mulheres da Guiné-<br />
-Bissau (PPM) chamou<br />
de "marco histórico" a inclusão de<br />
mais de uma dezena de mulheres no<br />
novo Executivo. Silvina Tavares, Presidente<br />
da organização, considera<br />
uma conquista o elevado número de<br />
mulheres no Governo.<br />
"A participação inédita das mulheres<br />
neste novo elenco governamental<br />
não reside apenas na avaliação<br />
numérica dos factos, mas sim, na<br />
qualidade e importância dos pelouros<br />
que lhes foram confiados nesta<br />
nova etapa crucial para o processo<br />
de desenvolvimento inclusivo que a<br />
Guiné-Bissau tanto almeja", disse a<br />
activista. "A organização considera<br />
um marco histórico a observância<br />
plena da paridade no que diz respeito<br />
à atribuição de funções ministeriais,<br />
na qual se regista uma paridade<br />
plena entre homens e mulheres,<br />
50% por cada sexo."<br />
Para Silvina Tavares, a inclusão<br />
de um número aceitável das mulheres<br />
no Governo é uma mudança de<br />
paradigma em relação ao passado,<br />
que foi caracterizado por discriminação<br />
contra pessoas do sexo feminino.<br />
"A Plataforma Política das Mulheres<br />
felicita os partidos da maioria<br />
parlamentar pelo enorme esforço<br />
que se traduz na mudança de paradigma<br />
em relação ao passado, caracterizado<br />
pela discriminação infundada<br />
contra as mulheres na esfera de<br />
tomada de decisões. De igual modo,<br />
o equilíbrio do género observado na<br />
composição do actual Governo constitui<br />
um gesto de reconhecimento",<br />
finalizou.<br />
CIDADÃOS SATISFEITOS - Ouvidos<br />
pela DW, os guineenses mostram-se<br />
satisfeitos com a inclusão<br />
das mulheres no Governo. "É bom<br />
que as mulheres também mostrem<br />
a sua participação positiva no desenvolvimento<br />
do país", disse uma<br />
cidadã guineense, cuja opinião foi<br />
partilhada por outro cidadão: "Isso<br />
não é um favor. É um direito e uma<br />
obrigação para que todos nós estejamos<br />
em pé de igualdade". Essa<br />
"é a forma mais viável também das<br />
mulheres poderem mostrar as suas<br />
capacidades na tomada de decisões",<br />
opinou uma professora entrevistada<br />
em Bissau pela reportagem da DW.<br />
Na Guiné-Bissau, as mulheres<br />
Silvina Tavares, Presidente da<br />
Plataforma das Mulheres da Guiné-Bissau<br />
constituem a maioria da população,<br />
52%. Em Novembro de 2018, o Parlamento<br />
guineense aprovou a lei de paridade,<br />
que foi promulgada pelo Presidente<br />
da República em Dezembro.<br />
Até antes da formação do novo<br />
Governo guineense, várias organizações<br />
femininas do país ainda questionavam<br />
o cumprimento da lei adotada<br />
pelos deputados, uma vez que<br />
na constituição da lista dos partidos<br />
para o Parlamento, não houve o respeito<br />
pela mesma.<br />
Iancuba Dansó (Bissau) |<br />
Deutsche Welle.<br />
Guiné-Bissau aprova Lei para garantir maior representação política das mulheres<br />
Figuras&Negócios - Nº 202 - JUlHO 2019 59