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ÁFRICA<br />

Em conferência de imprensa<br />

realizada na primeira<br />

semana de Julho,<br />

a Plataforma Política<br />

das Mulheres da Guiné-<br />

-Bissau (PPM) chamou<br />

de "marco histórico" a inclusão de<br />

mais de uma dezena de mulheres no<br />

novo Executivo. Silvina Tavares, Presidente<br />

da organização, considera<br />

uma conquista o elevado número de<br />

mulheres no Governo.<br />

"A participação inédita das mulheres<br />

neste novo elenco governamental<br />

não reside apenas na avaliação<br />

numérica dos factos, mas sim, na<br />

qualidade e importância dos pelouros<br />

que lhes foram confiados nesta<br />

nova etapa crucial para o processo<br />

de desenvolvimento inclusivo que a<br />

Guiné-Bissau tanto almeja", disse a<br />

activista. "A organização considera<br />

um marco histórico a observância<br />

plena da paridade no que diz respeito<br />

à atribuição de funções ministeriais,<br />

na qual se regista uma paridade<br />

plena entre homens e mulheres,<br />

50% por cada sexo."<br />

Para Silvina Tavares, a inclusão<br />

de um número aceitável das mulheres<br />

no Governo é uma mudança de<br />

paradigma em relação ao passado,<br />

que foi caracterizado por discriminação<br />

contra pessoas do sexo feminino.<br />

"A Plataforma Política das Mulheres<br />

felicita os partidos da maioria<br />

parlamentar pelo enorme esforço<br />

que se traduz na mudança de paradigma<br />

em relação ao passado, caracterizado<br />

pela discriminação infundada<br />

contra as mulheres na esfera de<br />

tomada de decisões. De igual modo,<br />

o equilíbrio do género observado na<br />

composição do actual Governo constitui<br />

um gesto de reconhecimento",<br />

finalizou.<br />

CIDADÃOS SATISFEITOS - Ouvidos<br />

pela DW, os guineenses mostram-se<br />

satisfeitos com a inclusão<br />

das mulheres no Governo. "É bom<br />

que as mulheres também mostrem<br />

a sua participação positiva no desenvolvimento<br />

do país", disse uma<br />

cidadã guineense, cuja opinião foi<br />

partilhada por outro cidadão: "Isso<br />

não é um favor. É um direito e uma<br />

obrigação para que todos nós estejamos<br />

em pé de igualdade". Essa<br />

"é a forma mais viável também das<br />

mulheres poderem mostrar as suas<br />

capacidades na tomada de decisões",<br />

opinou uma professora entrevistada<br />

em Bissau pela reportagem da DW.<br />

Na Guiné-Bissau, as mulheres<br />

Silvina Tavares, Presidente da<br />

Plataforma das Mulheres da Guiné-Bissau<br />

constituem a maioria da população,<br />

52%. Em Novembro de 2018, o Parlamento<br />

guineense aprovou a lei de paridade,<br />

que foi promulgada pelo Presidente<br />

da República em Dezembro.<br />

Até antes da formação do novo<br />

Governo guineense, várias organizações<br />

femininas do país ainda questionavam<br />

o cumprimento da lei adotada<br />

pelos deputados, uma vez que<br />

na constituição da lista dos partidos<br />

para o Parlamento, não houve o respeito<br />

pela mesma.<br />

Iancuba Dansó (Bissau) |<br />

Deutsche Welle.<br />

Guiné-Bissau aprova Lei para garantir maior representação política das mulheres<br />

Figuras&Negócios - Nº 202 - JUlHO 2019 59

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