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F&N202

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REPORTAGEM<br />

Tambwe Mubaz, PCA da fábrica têxtil Lar Alassola<br />

cipações do Estado (IGAPE) veio a<br />

público, em comunicado, sublinhar<br />

que a privatização das três unidades<br />

foi irregular, com sociedades privadas<br />

em actividade mesmo sem terem<br />

sido apuradas entidades para a<br />

sua gestão.<br />

A nota lembra a realização de<br />

um concurso público sob os auspícios<br />

do então Ministério da Geologia<br />

e Minas e Indústria, liderado pelo<br />

agora deputado do MPLA Joaquim<br />

David, em 2010, mas sem qualquer<br />

resultado.Joaquim David, apontado<br />

como organizador do processo de<br />

financiamento, está, conforme a Procuradoria-geral<br />

da República, entre<br />

os proprietários de uma das sociedades<br />

privadas.<br />

O comunicado do IGAE acrescenta<br />

que os custos da reabilitação da<br />

Alassola – ex-África Têxtil -, da antiga<br />

Satec e da Textang II foram dez<br />

vezes mais altos do que o montante<br />

inicialmente previsto, de 50 milhões<br />

de dólares americanos.<br />

"A entrega das fábricas a sociedades<br />

privadas foi irregular por falta<br />

de competências do Instituto de<br />

Desenvolvimento Industrial e do Ministério<br />

da Geologia e Minas e Indústria",<br />

avança o documento, no qual é<br />

referido que a fábrica de Benguela<br />

produziu até agora menos de 10% da<br />

sua capacidade, a Textang II menos de<br />

5 por cento e a ex-Satec 0%.<br />

Como medida de segurança, termina<br />

o comunicado, o Governo de João<br />

Lourenço leva a cabo um processo de<br />

privatização, iniciado em 2018, afastadas<br />

que foram as sociedades sem<br />

requisitos. Em reacção, a Alassola indica<br />

que a condição de devedor a que<br />

se encontram os accionistas das fábricas<br />

têxteis resulta de «actos hostis»<br />

e constantes alterações nas decisões<br />

do Executivo, que incapacitaram as<br />

empresas «de iniciar o pagamento do<br />

financiamento».<br />

O argumento é apresentando<br />

pelo seu PCA, Tambwe Mukaz, num<br />

comunicado em que afirma que,<br />

«após o período de formação do pessoal<br />

técnico e início de laboração de<br />

duas das três empresas têxteis, foram<br />

sentidos actos hostis vindos de departamentos<br />

governamentais».<br />

Mukaz acrescenta que estas<br />

medidas «desaconselharam a continuação<br />

do programa de formação<br />

de técnicos e recrutamento<br />

de pessoal, frenaram o plano de<br />

laboração em pleno das fábricas<br />

e, consequentemente, incapacitaram-nas<br />

de iniciar o pagamento do<br />

financiamento».<br />

Inconformados com esta situação,<br />

os empresários privados<br />

«interpuseram um recurso hierárquico<br />

que teve como reacção final<br />

a publicação dos Decretos Presidenciais<br />

108/18 de 21, 109/18<br />

e 110/18 de 23 de Agosto, que<br />

orientaram a assinatura dos contratos<br />

negociados com o Ministério<br />

das Finanças para a concessão,<br />

exploração e gestão das unidades<br />

industriais pelos actuais promotores<br />

com opção de compra, uma<br />

vez que, enquanto não for feito o<br />

serviço da dívida, as unidades seriam<br />

consideradas propriedades<br />

estatais".J.M.<br />

32 Figuras&Negócios - Nº 202 - JUlHO 2019

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