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SOCIEDADE<br />

CRIMINALIDADE<br />

POLÍCIA QUER "LEI ESPECÍFICA"<br />

PARA O TRÁFICO<br />

DE SERES HUMANOS<br />

A polícia angolana defendeu recentemente a aprovação de uma "lei específica" para criminalizar<br />

o tráfico de seres humanos, com registo crescente de casos nas províncias de<br />

Luanda, Cunene e Lunda Norte e Zaire<br />

Segundo o director nacional<br />

adjunto do gabinete<br />

jurídico do Comando Geral<br />

da Polícia Angola, Osvaldo<br />

Moco, citado pela<br />

Lusa, a legislação vigente<br />

no país, nesse domínio, "deve ser<br />

aprimorada e aperfeiçoada por se enquadrar<br />

no conjunto de normas que<br />

prevêem outros ilícitos criminais".<br />

"Tendo em conta a sua pertinência<br />

e a preocupação que esse fenómeno<br />

apresenta, entendo que deveria<br />

ser concebida uma legislação<br />

específica que tratasse, especialmente,<br />

desse tipo legal de crime", disse.<br />

E a polícia nacional, adiantou,<br />

"terá o seu papel a desempenhar<br />

contribuindo com ideias para uma<br />

lei específica que trate a questão do<br />

tráfico de seres humanos no país".<br />

Falando aos jornalistas à margem<br />

de uma palestra sobre Tráfico<br />

de Seres Humanos, realizada em<br />

Luanda pelo Ministério da Justiça e<br />

dos Direitos Humanos, em parceria<br />

com o Comando Geral da Polícia angolana,<br />

sublinhou que as províncias<br />

fronteiriças "apresentam maiores<br />

preocupações".<br />

"A nível do país, a maior preocupação<br />

apresenta-se com a fronteira<br />

norte, sobretudo na região do Luvo,<br />

província angolana do Zaire, assim<br />

como alguns casos registados na<br />

zona leste e sul e ainda temos registos<br />

de tráficos humanos para o exterior<br />

do país", afirmou.<br />

A Procuradoria-Geral da República<br />

(PGR) angolana anunciou na altura<br />

que cerca de vinte casos de tráfico<br />

de seres humanos em Angola já transitaram<br />

em julgado e que este tipo<br />

de crime exige novos mecanismos de<br />

actuação.<br />

"Hoje o quadro do tráfico no país<br />

não podemos dizer que não é preocupante,<br />

registamos números de queixas<br />

e participações baixas, mas isso não<br />

quer dizer que a actividade não exista,<br />

portanto temos um registo baixo de<br />

casos", disse Astergidio Pedro Culolo,<br />

sub-PGR junto do Serviço de Migração<br />

e Estrangeiros (SME) angolano.<br />

Para Osvaldo Moco, as pessoas<br />

vítimas de tráfico de seres humanos<br />

sofrem "situações desastrosas, como<br />

a escravidão e exploração sexual", daí<br />

que, observou, "temos que envidar<br />

todos os esforços operativos e legislativos<br />

para contrapor a situação".<br />

Divulgar e promover a luta contra<br />

o Combate de Tráfico de Seres Humanos,<br />

reflectir com a sociedade a importância<br />

dos instrumentos internacionais<br />

e nacionais sobre o Combate<br />

ao Tráfico de Seres Humanos na realidade<br />

jurídica angolana foram alguns<br />

dos objectivos da palestra realizada<br />

em Junho.<br />

Diário de Notícias | Lusa<br />

20 Figuras&Negócios - Nº 202 - JUlHO 2019

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