F&N202
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SOCIEDADE<br />
CRIMINALIDADE<br />
POLÍCIA QUER "LEI ESPECÍFICA"<br />
PARA O TRÁFICO<br />
DE SERES HUMANOS<br />
A polícia angolana defendeu recentemente a aprovação de uma "lei específica" para criminalizar<br />
o tráfico de seres humanos, com registo crescente de casos nas províncias de<br />
Luanda, Cunene e Lunda Norte e Zaire<br />
Segundo o director nacional<br />
adjunto do gabinete<br />
jurídico do Comando Geral<br />
da Polícia Angola, Osvaldo<br />
Moco, citado pela<br />
Lusa, a legislação vigente<br />
no país, nesse domínio, "deve ser<br />
aprimorada e aperfeiçoada por se enquadrar<br />
no conjunto de normas que<br />
prevêem outros ilícitos criminais".<br />
"Tendo em conta a sua pertinência<br />
e a preocupação que esse fenómeno<br />
apresenta, entendo que deveria<br />
ser concebida uma legislação<br />
específica que tratasse, especialmente,<br />
desse tipo legal de crime", disse.<br />
E a polícia nacional, adiantou,<br />
"terá o seu papel a desempenhar<br />
contribuindo com ideias para uma<br />
lei específica que trate a questão do<br />
tráfico de seres humanos no país".<br />
Falando aos jornalistas à margem<br />
de uma palestra sobre Tráfico<br />
de Seres Humanos, realizada em<br />
Luanda pelo Ministério da Justiça e<br />
dos Direitos Humanos, em parceria<br />
com o Comando Geral da Polícia angolana,<br />
sublinhou que as províncias<br />
fronteiriças "apresentam maiores<br />
preocupações".<br />
"A nível do país, a maior preocupação<br />
apresenta-se com a fronteira<br />
norte, sobretudo na região do Luvo,<br />
província angolana do Zaire, assim<br />
como alguns casos registados na<br />
zona leste e sul e ainda temos registos<br />
de tráficos humanos para o exterior<br />
do país", afirmou.<br />
A Procuradoria-Geral da República<br />
(PGR) angolana anunciou na altura<br />
que cerca de vinte casos de tráfico<br />
de seres humanos em Angola já transitaram<br />
em julgado e que este tipo<br />
de crime exige novos mecanismos de<br />
actuação.<br />
"Hoje o quadro do tráfico no país<br />
não podemos dizer que não é preocupante,<br />
registamos números de queixas<br />
e participações baixas, mas isso não<br />
quer dizer que a actividade não exista,<br />
portanto temos um registo baixo de<br />
casos", disse Astergidio Pedro Culolo,<br />
sub-PGR junto do Serviço de Migração<br />
e Estrangeiros (SME) angolano.<br />
Para Osvaldo Moco, as pessoas<br />
vítimas de tráfico de seres humanos<br />
sofrem "situações desastrosas, como<br />
a escravidão e exploração sexual", daí<br />
que, observou, "temos que envidar<br />
todos os esforços operativos e legislativos<br />
para contrapor a situação".<br />
Divulgar e promover a luta contra<br />
o Combate de Tráfico de Seres Humanos,<br />
reflectir com a sociedade a importância<br />
dos instrumentos internacionais<br />
e nacionais sobre o Combate<br />
ao Tráfico de Seres Humanos na realidade<br />
jurídica angolana foram alguns<br />
dos objectivos da palestra realizada<br />
em Junho.<br />
Diário de Notícias | Lusa<br />
20 Figuras&Negócios - Nº 202 - JUlHO 2019