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LIVRO A AGONIA DE JESUS NO GETSEMANI

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AGONIA DE JESUS NO GETSÊMANI

A teoria mais propagada é a da morte por asfixia, mas

ela jamais foi testada cientificamente. Essa hipótese sustenta

que a posição na cruz é incompatível com a respiração,

obrigando a vítima a erguer o corpo para conseguir respirar.

O ato se repetiria até a exaustão e ele morreria por asfixia

quando não tivesse mais forças para se mover. Defende essa causa

mortis o cirurgião francês Pierre Barbet, que se baseou em

enforcamentos feitos pelo Exército austro-germânico e pelos

nazistas no campo de extermínio de Dachau. Zugibe classifica essa

tese de “indefensável” sob a perspectiva médica. Os exemplos do

Exército ou do campo de concentração não valem porque os

prisioneiros eram suspensos com os braços diretamente acima da

cabeça e as pernas ficavam soltas no ar.

Não é possível comparar isso à crucificação, na qual o

condenado é suspenso pelos braços num ângulo de 65 a 70 graus do

corpo e tem os pés presos à cruz, o que lhe dá alguma sustentação.

Experimentos feitos com voluntários atados com os braços para o

alto da cabeça mostraram que, em poucos minutos, eles ficaram com

capacidade vital diminuída, pressão sangüínea em queda e aumento na

pulsação. O radiologista austríaco Ulrich Moedder também derruba o

raciocínio de Barbet afirmando que esses voluntários não suportariam

mais de seis minutos naquela posição sem descansar. Pois bem, Jesus

passou horas na cruz.

Quanto à hipótese de Cristo ter morrido de ruptura do

coração ou ataque cardíaco, Zugibe alega ser muito difícil que isso

ocorra a um indivíduo jovem e saudável, mesmo após exaustiva

tortura: “Arteriosclerose e infartos do miocárdio eram raros naquela

parte do mundo. Só ocorriam em indivíduos idosos.” Ele descarta a

hipótese por falta de provas documentais. Prefere apostar no choque

causado pelos traumas e pelas hemorragias.

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