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LIVRO A AGONIA DE JESUS NO GETSEMANI

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JOSÉ MÁRCIO LACERDA

Neste processo tem grande participação, o apóstolo Paulo,

bem como o redator de Hebreus. Nestes dois autores a teologia do

resgate é freqüente. Porém, antes de se chegar a esta teologia, muitas

outras interpretações marcaram as comunidades cristãs, que, aos

poucos se tornaram insuficientes e pediram teologias mais

desenvolvi- das.

a) A morte de Jesus como ato

necessário de Deus:

Diversos textos de Atos dos Apóstolos, de Marcos, de Lucas

e mesmo Paulo apontam para o fato de a morte e a ressurreição

terem sido acontecimentos necessários diante de Deus. Parece que

tudo estava determinado (At 2,23ss; 4,10; 5,30; 10,39-40; 13,27ss.). “É

Necessário que o Filho do Homem sofra” (Mc 8,31; Lc 17,25). “Será

entregue (Mc 9,31; 10,33; 14,21.41). “É necessário” (Jo3,14; 12,34;

20,8). Esta interpretação é uma tradição muito antiga. Reflete uma

necessidade divina e não uma necessidade ética.Também não se pensa

num fatalismo grego de um destino predeterminado, mas a idéia se

move no apocaliptismo, onde se verifica um misterioso “é

necessário” dos acontecimentos como se encontra em Dn 2,28:

(Mc:13,7.10; Ap 1,1; 4,1; 22,6).

Assim se dirá que a morte de Jesus se dá de acordo com as

Escrituras (1Cor 15,3; Mc 14,21.49; Mt 26,54).

justo:

b) A morte de Jesus como sofrimento do

Se era necessário que Jesus sofresse a morte, cabe uma

questão: por que o Pai exigiu tal sacrifício? Já no Antigo Testamento

existe a tradição sobre o justo que sofre. Encontra-se eco para tal

tradição nos Sl 2; 5; 22; 31; 34; 37; 69; 140. “O piedoso confia em

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