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LIVRO A AGONIA DE JESUS NO GETSEMANI

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JOSÉ MÁRCIO LACERDA

morreria por asfixia quando não tivesse mais forças para se mover.

Defende essa causa mortis o cirurgião francês Pierre Barbet, que se

baseou em enforcamentos feitos pelo Exército austro-germânico e

pelos nazistas no campo de extermínio de Dachau.

Zugibe classifica essa tese de “indefensável” sob a

perspectiva médica. Os exemplos do Exército ou do campo de

concentração não valem porque os prisioneiros eram suspensos com

os braços diretamente acima da cabeça e as pernas ficavam soltas no

ar. Não é possível comparar isso à crucificação, na qual o condenado

é suspenso pelos braços num ângulo de 65 a 70 graus do corpo e tem

os pés presos à cruz, o que lhe dá alguma sustentação. Experimentos

feitos com voluntários atados com os braços para o alto da cabeça

mostraram que, em poucos minutos, eles ficaram com capacidade

vital diminuída, pressão sangüínea em queda e aumento na pulsação.

O radiologista austríaco Ulrich Moedder também derruba o raciocínio

de Barbet afirmando que esses voluntários não suportariam mais de

seis minutos naquela posição sem descansar. Pois bem, Jesus passou

horas na cruz.

Quanto à hipótese de Cristo ter morrido de ruptura do

coração ou ataque cardíaco, Zugibe alega ser muito difícil que isso

ocorra a um indivíduo jovem e saudável, mesmo após exaustiva

tortura: “Arteriosclerose e infartos do miocárdio eram raros naquela

parte do mundo. Só ocorriam em indivíduos idosos.” Ele descarta a

hipótese por falta de provas documentais. Prefere apostar no choque

causado pelos traumas e pelas hemorragias.

A isso somaram-se as lancinantes dores provenientes dos

nervos medianos e plantares, o trauma na caixa torácica, hemorragias

pulmonares decorrentes do açoitamento, as dores da nevralgia do

trigêmeo e a perda de mais sangue depois que um dos soldados lhe

arremessou uma lança no peito, perfurando o átrio direito do

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