Revista dos Pneus 73
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Reportagem<br />
Destaque<br />
Balanço do ano 2023<br />
Negócio de pneus em Portugal poderá evoluir<br />
distribuição de pneus está sempre em<br />
A<br />
modificação, por isso, à medida que a<br />
mesma acontece, os distribuidores têm<br />
de desenvolver soluções para otimizar os processos.<br />
Cada vez mais os clientes são exigentes e têm<br />
a necessidade de um distribuidor que lhe garanta<br />
a entrega num curto espaço de tempo após a encomenda.<br />
Durante os próximos anos, o negócio de<br />
pneus em Portugal poderá evoluir, mas os distribuidores<br />
devem permanecer atentos, pois com o mercado<br />
aberto a concorrência e as vendas online vão<br />
aumentar. Fatores como evolução tecnológica e<br />
digital que estamos a vivenciar nos últimos anos<br />
serão determinantes para garantir um futuro de<br />
sucesso neste setor.<br />
O perfil do consumidor está a alterar-se de forma<br />
gradual, basta ver o panorama das viaturas elétricas<br />
e das preocupações ambientais a tomarem conta<br />
das novas gerações, a qual por sua vez tem to<strong>dos</strong><br />
os recursos tecnológicos nas suas mãos. Os desafios<br />
devem passar por uma permanente atualização<br />
de conceitos, uma adaptação às necessidades<br />
do cliente que por sua vez vai evoluindo e inclusive<br />
passando o testemunho da gestão <strong>dos</strong> seus negócios<br />
para as gerações mais jovens. Entretanto, as<br />
oficinas e casas de pneus estão a evoluir no sentido<br />
positivo e correto em termos de gestão de negócio,<br />
olhando, por um lado para a sua rentabilidade<br />
(margens, custos, financiamento) e, por outro, para<br />
a experiência do consumidor (gestão e formação de<br />
recursos humanos, imagem diferenciadora e atendimento<br />
e serviço de excelência).<br />
Esta profissionalização é importante para o setor e<br />
vão obrigar também aos distribuidores a evoluírem<br />
constantemente para dar resposta às novas necessidades<br />
do seu cliente. Por outro lado, a constante<br />
evolução de medidas e homologações vai obrigar<br />
a um reforço e uma maior otimização da capacidade<br />
de armazenamento. E o mercado paralelo, que<br />
ainda tem um grande peso neste setor, terá tendência<br />
a perder força no futuro. O cliente escolherá um<br />
distribuidor, cada vez menos pelo preço, mas sim<br />
pela disponibilidade de stock, serviço, atendimento,<br />
programas de fidelização, e, por último, o serviço<br />
pós-venda. Além disso, fatores como a confiança,<br />
e credibilidade e relação de parceria e proximidade<br />
terão um peso cada vez maior significativo<br />
nesta equação. u<br />
Mais foco nos<br />
contactos<br />
presenciais<br />
pesar das novas tecnologias permitirem<br />
A<br />
uma comunicação online muito completa<br />
e em tempo real, os contactos presenciais<br />
continuam a ser muito importantes. De facto, o online<br />
permite que a consulta de um produto e confirmação<br />
da encomenda seja efetuada de uma forma<br />
quase imediata e a sua entrega rápida. Contudo, o<br />
contacto presencial é essencial para ambas as partes<br />
se conhecerem, tirar dúvidas, informações e<br />
definir estratégias para as empresas se adaptarem<br />
ao movimento constante que o mercado exige.<br />
Tendo em conta a nossa cultura, identidade e estratégia<br />
de relacionamento, torna-se evidente que<br />
o contacto presencial é determinante para a estratégia<br />
de crescimento das empresas. Se olharmos<br />
numa ótica estritamente financeira poderíamos assumir<br />
que a aposta numa força de vendas exclusivamente<br />
on-line seria a melhor solução. No entanto,<br />
é fundamental as empresas continuarem a manter<br />
um contato direto com os clientes. u<br />
É um mercado que se mantém maduro e altamente sensível<br />
ao preço. Seguramente que a tendência de deterioração<br />
do mix a favor <strong>dos</strong> pneus mais económicos em detrimento<br />
<strong>dos</strong> pneus premium se fará sentir em 2024<br />
Diversificação ou especialização?<br />
udo depende da dimensão do retalhista:<br />
T<br />
faz sentido uma estrutura familiar com<br />
duas ou três pessoas diversificar os serviços<br />
ou especializar-se? Uma organização bem<br />
estruturada e com recursos humanos e financeiros<br />
deve-se manter fiel ao modelo de negócio especializado?<br />
Portugal tem uma percentagem significativa<br />
do seu tecido empresarial suportado em<br />
micro-empresas, onde a estrutura financeira não<br />
permite grandes veleidades. O que é importante<br />
numa ou noutra opção, é as empresas terem um<br />
nível profissional excelente, que aquilo que desempenham<br />
o façam bem e que o seu serviço se<br />
possa distinguir <strong>dos</strong> demais. A diversificação é interessante<br />
mas acarreta riscos que devem ser bem<br />
pondera<strong>dos</strong>. Os empresários do setor devem também<br />
procurar corresponder com condições financeiras<br />
para poderem atrair mais gente para o setor.<br />
Para tal precisam de se modernizar, gerir<br />
melhor as suas empresas para poderem gerar mais<br />
valias que lhes permitam remunerar melhor os<br />
técnicos. Apesar das dificuldades financeiras provocadas<br />
pelo enorme aumento <strong>dos</strong> custos de financiamento<br />
o setor mantém-se resiliente, ainda<br />
que a deterioração da qualidade do mercado por<br />
via do crescimento <strong>dos</strong> produtos asiáticos mais<br />
económicos já se faça sentir u<br />
10 | <strong>Revista</strong> <strong>dos</strong> <strong>Pneus</strong> | Dezembro 2023