Destaque Retorno à normalidade! No presente ano, o setor do comércio de pneus em Portugal tem-se mantido bastante competitivo, fruto da competência e exigência por parte <strong>dos</strong> distribuidores, fabricantes e retalhistas. Registou-se uma normalização <strong>dos</strong> stocks <strong>dos</strong> distribuidores, aliada a uma redução <strong>dos</strong> fretes internacionais, principalmente da China, o que fez com que o mercado budget ficasse consideravelmente mais competitivo
Balanço do ano 2023 Após um conturbado 2022, motivado pela contínua implementação de novos preços no setor, a incerteza sobre se o mercado poderia absorver esses aumentos tem sido um <strong>dos</strong> desafios a superar em 2023. Como resultado, a evolução do mercado de Sell-In foi impactada, posicionando-se de forma mais positiva entre as marcas <strong>dos</strong> segmentos Médios e Budget, e com um crescimento substancial das marcas de importação. Por outro lado, as marcas Premium foram as mais afetadas, tanto na comparação do Sell-Out como no Sell-In. Neste ambiente de alta competitividade, continuam a ser os produtos de alto desempenho e pneus de maior qualidade os que mantêm um crescimento sustentado, sendo para esses segmentos que as marcas Premium têm direcionado o foco, devido ao valor diferenciador que proporcionam. Temos um parque automóvel envelhecido, com uma idade média de cerca de 14 anos. Isto está a causar um empobrecimento do mix de pneus, o que não é vantajoso. Mas este fenómeno é também uma oportunidade. Um parque envelhecido e com mais quilómetros é uma oportunidade para as casas de pneus que apresentem uma oferta diversificada e sejam capazes de fazer uma manutenção global do veículo. Por outro lado, é importante realçar a polaridade do mercado. O parque é antigo e as novas vendas são feitas com recurso a novos formatos (renting, leasing...). A negociação com as empresas que gerem estas novas formas de utilização do automóvel, que não a venda, é fundamental e, por conseguinte, pertencer a uma rede capaz de negociar com estas empresas é vital para poder aceder à manutenção destas frotas. Por outro lado, existe uma parte considerável das viaturas matriculadas nos últimos anos que tem jantes mais elevadas. Temos por isso assistido a uma procura crescente no segmento UHP, que representa uma fatia muito interessante do negócio e com grande potencial de crescimento. REALIDADES DISTINTAS No que diz respeito ao mercado de distribuição, tendo em conta os resulta<strong>dos</strong> globais das principais empresas do setor, podemos também concluir que o balanço deste ano é certamente positivo. No entanto, de acordo com o atual cenário macroeconómico, em especial com o aumento da taxa de juro e, consequente, aumento do risco de crédito e retração do consumo, é fundamental as empresas continuarem a realizar os ajustes de negócio necessários, em especial no diz respeito à gestão de stocks e tesouraria financeira. Adicionalmente, os fatores do lado da produção mantêm-se altos pelo que se torna imperativo maximizar a eficiência para ser competitivo. O momento pós-venda atual tem bastantes oportunidades, mas obriga as empresas a estarem atentas e desenvolver um conjunto de ações focadas em manter um relacionamento duradouro e satisfatório com os clientes. Conforme o que se pretende haverá uma ou mais opções para o fim em questão, em relação aos pneus assiste-se a uma oferta de muitas marcas com qualidade de produto. Por tudo isto, a análise do momento que se vive no setor do comércio de pneus em Portugal tem de ser enquadrada e dividida em realidades distintas, uma vez que ao realizarmos uma análise global do mercado podemos obter números que não coincidem com a realidade de cada negócio ao longo da cadeia de valor. A título de exemplo, se analisarmos as vendas de pneus, podemos rapidamente concluir que os números da distribuição são certamente diferentes daqueles que são apresenta<strong>dos</strong> pelos fabricantes. MERCADO ADAPTA-SE ÀS NOVAS TENDÊNCIAS O mercado de sell-out está a crescer ligeiramente até agora, registando um crescimento de quase 1% em comparação com 2022. As vendas e o mercado sell in são mais eleva<strong>dos</strong>, porque estamos a assistir a uma entrada importante de produto asiático, o que terá repercussão em 2024, e fará com que ocorra uma recuperação, de forma paulatina, das marcas premium. O mercado português está a passar por uma redução no segmento de jantes de 16’’ e inferiores, que, até agora, representa uma queda de -12,5%, contrastando com a estabilidade nas jantes de 17’’ e o forte crescimento de +13% nas jantes de 18’’ e superiores. Também é verdade que a frota de veículos em Portugal é relativamente antiga, o que se reflete no peso significativo que as jantes mais pequenas ainda têm na procura de pneus, www.revista<strong>dos</strong>pneus.com | 07