Revista dos Pneus 73

Nuno Sousa
Pneus Cruzeiro garante entregas bi-diárias até Coimbra,
Trás-os-Montes e Vila Real, contando também com três
viaturas próprias, que, da parte da tarde fazem a cobertura
dos concelhos mais próximos, como Braga ou Guimarães
que nós entendemos que devemos visitar,
mas não queremos massificar, porque a
marca também não se quer massificar. Se
fosse para vender a toda a gente seria mais
simples. A ideia é escolhermos os parceiros
certos, que se queiram dedicar à marca e
protegê-los, não abrindo outros parceiros
à sua volta. Vamos trabalhar a marca nesse
sentido, com uma diferenciação de preço.
Os dois aspetos principais que eu destaco
são a proteção de zona e a diferenciação
do preço”, clarifica Nuno Sousa.
CONTINUAR A CRESCER
Doravante, o responsável diz que a Pneus
Cruzeiro quer “apostar mais em marketing, divulgar
mais a marca Radar, porque o facto de
não ser muito conhecida é uma desvantagem,
mas é um trabalho que está a ser feito e nós
notamos que as pessoas reconhecem cada
vez mais a marca”. É também um objetivo
“fazer com que as pessoas percebam a marca
e haverá formações com gente da marca a
divulgar os produtos”. Em 2024 toda a gama
dos pneus Radar irá ser alterada, passando
a contar com pneus para carros elétricos,
portanto, no entender de Nuno Sousa, “vão
acontecer muitas coisas que vão ajudar que
a marca seja mais reconhecida” alerta.
Para 2024, Nuno Sousa espera “manter o
crescimento”, ainda que não saiba “como
é que o mercado vai reagir. O mundo está
em constante evolução, temos a guerra na
Ucrânia, agora a guerra em Israel, há muitas
coisas a acontecer. Temos, felizmente, crescido
e penso que em 2024, com a ajuda da
marca Radar, voltaremos a crescer. As coisas
acontecem muito rápido, isto muda quase
de um dia para o outro e estamos sempre
dependentes do que pode acontecer, mas
eu penso que o mercado está mais estável e
que as condições para crescer são agora mais
favoráveis. A nossa aposta é nas marcas em
que queremos investir, para crescer”, assume.
Sobre o futuro da atividade, Nuno Sousa
diz-se otimista e justifica: “o que temos para
oferecer ao mercado deixa-me otimista e o
projeto Radar ainda me deixa mais motivado,
porque em seis meses conseguimos juntar
parceiros muito interessantes. Isso deixa-me
ainda mais confiante de que as coisas nos
irão correr bem”, finaliza. u
A concorrência é positiva
Otimista por natureza, Nuno Sousa diz
que há lugar para todos no mercado
nacional, que define como muito
“competitivo”. A seu ver, “a concorrência é
positiva, porque nos obriga a ser melhores e a ter
melhores soluções para que possamos ter
sucesso no mercado” e facilmente conclui que o
crescimento da Pneus Cruzeiro “revela que
temos tomado boas decisões”. Admite preferir
que houvesse menos distribuidores, pois aos
portugueses juntam-se alguns espanhóis e ainda
outros provenientes da Europa central, que
conseguem colocar os pneus em Portugal em
poucos dias, mas relembra que, neste momento,
“as casas de pneus têm trabalho e conseguem
cumprir os seus compromissos”.
Sobre a evolução dos canais de venda, nota
que “há muito mais procura por parte dos
concessionários porque tinham um preço muito
alto e tiveram que procurar parceiros para
conseguir competir com outras casas ou com
outras oficinas”, explica. O diretor comercial
diz que os veículos elétricos estão a abrir um
canal de vendas interessante e destaca a linha
que a marca Radar irá lançar já no próximo ano:
“uma gama muito ampla de pneus para veículos
elétricos, alguns até com «sound absorber»,
para colmatar uma falha que nós entendemos
que existe no mercado, de alguns modelos
de carros, para os quais ainda só fabricam
marcas premium. A partir de 2024, o cliente
poderá ter hipótese de encomendar esse «pneu
premium» aqui na Pneus Cruzeiro”, refere.
Questionado sobre as vendas B2C, o mesmo
responsável desvaloriza importância das
mesmas, dizendo que “é um concorrente com
argumentos diferentes dos nossos, que não
são tão competitivos, na análise que fazemos.
A entrega não é tão rápida e, normalmente, o
cliente tem de procurar uma oficina para lhe
fazer o serviço dos pneus”. Para Nuno Sousa,
é como se tivesse um restaurante e o cliente
viesse “para comer e trouxesse o vinho ou um
bife num tupperware”. Acho que as casas de
pneus não devem recusar serviço, porque é um
negócio, mas têm de fazer contas e ver quanto
é que lhes vai custar. Vejo com naturalidade
essa forma de vendas que por certo irá crescer,
mas não vai criar assim tanta mossa”, defende.
Na opinião de Nuno Sousa, a tradicional
casa de pneus terá tendência a desaparecer,
sendo paulatinamente substituída pelo «full
service», que “já está enraizado”. Ainda
assim, olha com muito bons olhos para
o futuro da atividade, salientando que o
sucesso dá muito trabalho e “é preciso muito
esforço e muita dedicação. Aqui não somos
uma empresa com muitos colaboradores,
mas somos muito dedicados à causa.
Cada um tem que dar o máximo de si
para que a empresa possa evoluir, porque
saímos todos beneficiados!”, remata.
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