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Diário do Legislativo de 18/12/2004

Diário do Legislativo de 18/12/2004 - Assembleia de Minas

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as pontas.<br />

Na Espanha, o governo, com o apoio <strong>de</strong> toda a população, socorreu financeiramente os clubes num momento <strong>de</strong>lica<strong>do</strong> da história <strong>do</strong> esporte<br />

naquele país. Devolveu-lhes saú<strong>de</strong> para funcionar.<br />

A discussão que o Deputa<strong>do</strong> Gilmar Macha<strong>do</strong> tem promovi<strong>do</strong> no País aponta para a <strong>de</strong>scentralização e para o financiamento <strong>do</strong> esporte. Esporte<br />

é algo tão importante que <strong>de</strong>ve merecer recursos públicos e legislações que dêem condições <strong>de</strong> sua realização nas pontas.<br />

O esporte, sobretu<strong>do</strong> no interior, favorece a economia. Em 2003, Heleno, então Subsecretário <strong>de</strong> Esportes, fez uma conta simples sobre a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> emprego que geram os jogos no interior <strong>de</strong> Minas Gerais.<br />

Só a secretaria gerou 3 mil empregos durante os jogos, sem contar as Prefeituras envolvidas. Isso é algo fantástico, que merece a atenção das<br />

autorida<strong>de</strong>s.<br />

Quero dar oportunida<strong>de</strong> ao Deputa<strong>do</strong> Gilmar Macha<strong>do</strong> para discutir a questão, mas é preciso haver a presença <strong>do</strong> Governo em to<strong>do</strong>s os seus<br />

níveis. Precisamos sistematizar o esporte, até para facilitar o trabalho com as crianças. Como apoiar esse tipo <strong>de</strong> trabalho? Como os clubes<br />

terão financiamento? Isso tem <strong>de</strong> ser <strong>de</strong> fácil entendimento para quem está envolvi<strong>do</strong> com o esporte. Como as escolas po<strong>de</strong>m participar? Como<br />

po<strong>de</strong>m organizar os jogos escolares <strong>do</strong> município? Como seria o financiamento? O sistema é fundamental para que essas coisas fiquem claras.<br />

Com a palavra, o Deputa<strong>do</strong> Gilmar Macha<strong>do</strong>.<br />

O Deputa<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral Gilmar Macha<strong>do</strong> - Em primeiro lugar, queria dizer que o objetivo <strong>do</strong> estatuto é esse. Como essa será a legislação <strong>do</strong><br />

esporte, tem <strong>de</strong> haver um sistema. Esse é o mo<strong>de</strong>lo que está sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong>. Estamos começan<strong>do</strong> a enten<strong>de</strong>r o argumento <strong>de</strong> que o esporte<br />

não é política <strong>de</strong> um Governo, mas <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>. Quantos anos a educação levou para chegar à atual situação? E ainda há um problema, estamos<br />

<strong>de</strong>baten<strong>do</strong> a substituição <strong>do</strong> FUNDEF por FUNDEB. É uma polêmica que vem <strong>de</strong> muitos anos. Também foi dureza unificar a saú<strong>de</strong>. O mesmo<br />

acontece com o esporte. Queremos criar um sistema que <strong>de</strong>ixe claro o papel <strong>do</strong> município na área <strong>do</strong> esporte. Ele cuidará especificamente <strong>de</strong><br />

quê? O Deputa<strong>do</strong> João Leite foi Secretário, mas qual é o percentual <strong>do</strong> esporte na lei orçamentária? No orçamento da União <strong>de</strong>ste ano, é<br />

0,23%. Apresentei uma proposta <strong>de</strong> emenda à Constituição, que está sen<strong>do</strong> discutida. Será uma guerra com o pessoal da Fazenda, porque<br />

ninguém quer a vinculação <strong>de</strong> recursos. Ela estabelece 2% <strong>do</strong>s recursos da União para o esporte; 1,5% <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s, e 1% <strong>do</strong>s municípios, no<br />

mínimo, para haver condição <strong>de</strong> fazer, pelo menos, planejamento político. Falar que é priorida<strong>de</strong> sem <strong>de</strong>stinar recursos é conversa.<br />

Estamos tentan<strong>do</strong> agora estabelecer esse sistema, com uma fonte clara <strong>de</strong> financiamento, a fim <strong>de</strong> que tenhamos apenas uma legislação<br />

orienta<strong>do</strong>ra. E aí tem <strong>de</strong> entrar a iniciativa privada. Sem uma parceria, não conseguiremos nada.<br />

Outras questões <strong>de</strong>vem ficar claras na <strong>de</strong>finição das políticas. No Ministério <strong>do</strong> Esporte, para o Deputa<strong>do</strong> apresentar emenda sobre quadra, ela<br />

tem <strong>de</strong> ser em escola municipal ou estadual. Se não temos nem quadras cobertas nas escolas, como vamos fazê-las em outro lugar? Em vez <strong>de</strong><br />

fazermos pequenas quadras, vamos, primeiro, construir quadras poliesportivas nas escolas municipais e estaduais. O espaço <strong>de</strong>ve ficar<br />

separa<strong>do</strong> para utilização. No final <strong>de</strong> semana, a comunida<strong>de</strong> usaria aquele espaço, sem acesso à escola, para não haver problemas. Estamos<br />

discutin<strong>do</strong> o orçamento da União, e essa <strong>de</strong>terminação foi discutida com o Ministério <strong>do</strong> Esporte. Ele não aceitará emendas que não se refiram,<br />

primeiramente, às escolas. Já é um avanço, fruto <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates como este; como ocorreu na primeira conferência, em Brasília. Minas fez a sua<br />

conferência estadual e as municipais. Já estamos dan<strong>do</strong> seqüência ao que foi discuti<strong>do</strong>. Tem <strong>de</strong> haver diálogo e ação. Eu e o Deputa<strong>do</strong> João<br />

Leite somos evangélicos, e um pastor da 1ª Igreja Batista - eu era da Igreja Batista Central, mas sempre fazíamos intercâmbio - sempre dizia<br />

que oração sem ação é tapeação. Aqui é a mesma coisa. Muita conversa sem ação não vai resolver nada.<br />

O estatuto quer tratar <strong>de</strong> questões como essa. O objetivo é montar um sistema indican<strong>do</strong> a fonte <strong>de</strong> financiamento. Criamos algumas leis <strong>de</strong><br />

incentivo, que precisam ser preservadas. Per<strong>do</strong>em-me o Vital e outros, mas, nesse primeiro momento, queremos <strong>de</strong>ixar a Lei Agnelo Piva<br />

completar pelo menos quatro anos, para <strong>de</strong>pois pensar em modificações.<br />

No Brasil, criamos uma lei, e, quan<strong>do</strong> ela começa a ter resulta<strong>do</strong> - e é lógico que sei que <strong>de</strong>vemos criar para os clubes outras leis ... Deixemos<br />

as leis que já existem terem um prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> para, <strong>de</strong>pois, mexermos; <strong>do</strong> contrário, não conseguiremos criar uma política. Na hora em<br />

que os comitês olímpico e paraolímpico começam a montar uma política, quebramos. Assim, não chegaremos a lugar nenhum. Também<br />

<strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>finir priorida<strong>de</strong>s, o que também é objetivo <strong>do</strong> Estatuto, para que haja rumo e possamos trabalhar. Obriga<strong>do</strong>.<br />

O Sr. Paulo Sérgio <strong>de</strong> Oliveira - A nossa preocupação, Deputa<strong>do</strong> Gilmar Macha<strong>do</strong>, é que, como os <strong>do</strong>entes, no futebol os clubes e as fe<strong>de</strong>rações<br />

estão agonizan<strong>do</strong>. Não sei se eles conseguem ficar esperan<strong>do</strong> no CTI. Não po<strong>de</strong>mos conviver com essa situação, como diz o Sérgio Bruno.<br />

Tínhamos a imunida<strong>de</strong> tributária, que per<strong>de</strong>mos, sonhamos com a lei <strong>de</strong> incentivo fiscal que não temos. Esse vácuo é muito sério. Tínhamos a<br />

mesma experiência com todas as mazelas quanto à questão <strong>do</strong> repasse direto às entida<strong>de</strong>s, que está sen<strong>do</strong> tira<strong>do</strong> <strong>de</strong> nós pela posição <strong>do</strong><br />

Governo, e não vislumbramos nada no lugar. Quanto a essa lacuna entre per<strong>de</strong>rmos a imunida<strong>de</strong> tributária e não termos a lei <strong>de</strong> incentivo<br />

fiscal para os clubes que agonizam, se não vier algo <strong>de</strong> imediato, não sei se o <strong>do</strong>ente sobreviverá.<br />

O Deputa<strong>do</strong> Fe<strong>de</strong>ral Gilmar Macha<strong>do</strong> - No Estatuto, haverá um texto com a lei <strong>de</strong> incentivo geral, para ser aplica<strong>do</strong> nos clubes e nas<br />

confe<strong>de</strong>rações. Isso está garanti<strong>do</strong>, <strong>de</strong> uma forma ou <strong>de</strong> outra.<br />

O Sr. Presi<strong>de</strong>nte - Estão encerradas as inscrições e os encaminhamentos <strong>de</strong> perguntas. Faremos um último bloco <strong>de</strong> perguntas, para que to<strong>do</strong>s<br />

tenham condições <strong>de</strong> retornar, às 14 horas, para a oficina. Além disso, às 19 horas, <strong>de</strong>vemos retornar a este Plenário. Pergunta da Fernanda<br />

Alves, da Subsecretaria <strong>de</strong> Esportes, para a Profª. Leila Mirtes Santos <strong>de</strong> Magalhães Pinto: "Gostaria <strong>de</strong> saber qual a sua visão a respeito <strong>do</strong><br />

lazer implanta<strong>do</strong> no Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas Gerais e <strong>do</strong> exemplo <strong>de</strong> como trabalhar a ludicida<strong>de</strong> nos programas.".<br />

A Sra. Leila Mirtes Santos <strong>de</strong> Magalhães Pinto - Enten<strong>de</strong>mos a ludicida<strong>de</strong> como uma experiência não apenas da prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s prontas,<br />

brincantes e aquela rotuladas como recreativas. A ludicida<strong>de</strong> é um exercício <strong>de</strong> autonomia. A alegria, o prazer e a satisfação que emanam<br />

<strong>de</strong>ssa experiência tem a ver com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem pratica a ativida<strong>de</strong> ter escolha, participar das tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e enten<strong>de</strong>r tu<strong>do</strong><br />

isso. Fernanda, você me pergunta sobre a política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Minas Gerais quanto ao lazer. Desculpe-me, não conheço a atual política <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>, mas respon<strong>de</strong>rei por uma discussão nacional das políticas estaduais e municipais.<br />

Há uma tradição, no campo das políticas <strong>de</strong> lazer, <strong>de</strong> construir equipamento ou levar ativida<strong>de</strong>s até o povo, as famosas ruas <strong>de</strong> lazer prontas<br />

que ocorrem nas comunida<strong>de</strong>s e nas cida<strong>de</strong>s, sem nenhuma negociação ou articulação. Às vezes, elas não tem significa<strong>do</strong> para o público<br />

beneficiário. Há resulta<strong>do</strong>s interessantes <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> políticas lúdicas sobre as quais possuem responsabilida<strong>de</strong>s o Esta<strong>do</strong> e o<br />

município. Estes <strong>de</strong>vem proporcionar condições mínimas, como falaram o Deputa<strong>do</strong> João Leite e o Deputa<strong>do</strong> Gilmar Macha<strong>do</strong>, para que as<br />

políticas, efetivamente, cheguem à ponta. Do ponto <strong>de</strong> vista da qualificação lúdica <strong>de</strong> uma política, esta <strong>de</strong>ve ser, sobretu<strong>do</strong>, diversificada.<br />

Deve haver condições não só para a construção <strong>de</strong> infra-estruturas, mas também para a qualificação <strong>de</strong> profissionais e <strong>de</strong> li<strong>de</strong>ranças<br />

comunitárias a fim <strong>de</strong> difundir uma prática diversa <strong>de</strong> esportes. Não <strong>de</strong>vemos ter apenas uma modalida<strong>de</strong>. Essas práticas <strong>de</strong>vem ser<br />

construídas junto ao público beneficiário.

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