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Os Idosos e as Instituições de Acolhimento da - Provedor de Justiça

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preocupação central nesta matéria: o apuramento <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos idosos<br />

institucionalizados.<br />

A mu<strong>da</strong>nça que integra o processo <strong>de</strong> transferência do meio natural <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> para uma<br />

estrutura resi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> acolhimento não po<strong>de</strong> fazer esquecer a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> serem<br />

respeitados os valores em que sempre <strong>as</strong>sentou a existência do idoso. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong>, por<br />

p<strong>as</strong>sar a viver num Lar nenhuma pessoa <strong>de</strong>verá ver diminuído o respeito que lhe é<br />

<strong>de</strong>vido, a sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> tomar <strong>de</strong>cisões sobre os <strong>as</strong>suntos que lhe interessam ou a<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> exprimir <strong>as</strong> su<strong>as</strong> opiniões e <strong>as</strong> su<strong>as</strong> vonta<strong>de</strong>s.<br />

Em suma: enquadrado numa instituição <strong>de</strong> acolhimento o indivíduo <strong>de</strong>ve preservar, sem<br />

quaisquer limitações, a sua digni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Por outro lado, ao acolherem pesso<strong>as</strong> cuja situação social, familiar, económica ou <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> não permite que permaneçam no seu meio habitual <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, e ao <strong>as</strong>segurarem os<br />

cui<strong>da</strong>dos inerentes à satisfação d<strong>as</strong> <strong>de</strong>mais necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s dos resi<strong>de</strong>ntes, os Lares p<strong>as</strong>sam<br />

a constituir a c<strong>as</strong>a <strong>de</strong> mora<strong>da</strong> <strong>da</strong>quel<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> com 65 ou mais anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por esse<br />

facto, <strong>as</strong> respost<strong>as</strong> sociais ministrad<strong>as</strong> nos equipamentos <strong>de</strong>stinados ao alojamento<br />

colectivo permanente d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> idos<strong>as</strong> que se encontram em situação <strong>de</strong> risco, <strong>de</strong><br />

per<strong>da</strong> <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência e/ou <strong>de</strong> autonomia <strong>de</strong>vem estar centrad<strong>as</strong> nos idosos e <strong>de</strong>vem<br />

visar, sem excepção, o seu superior interesse e bem-estar.<br />

Neste contexto, foram quatro os principais objectivos fixados para esta concreta<br />

intervenção do <strong>Provedor</strong> <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>.<br />

I. Por um lado, conhecer <strong>as</strong> caus<strong>as</strong> <strong>da</strong> institucionalização, isto é, apurar se o<br />

encaminhamento para a estrutura resi<strong>de</strong>ncial foi motivado por abandono<br />

familiar, solidão, motivos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou falta <strong>de</strong> acompanhamento médico,<br />

razões económic<strong>as</strong> ou outra razão, e verificar se a entra<strong>da</strong> no lar resultou <strong>de</strong><br />

uma opção livre e consciente por parte dos idosos.<br />

II. Depois, fazer um retrato <strong>da</strong> população acolhi<strong>da</strong>, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente no que se<br />

refere ao género, i<strong>da</strong><strong>de</strong>, habilitações literári<strong>as</strong>, situação socioprofissional<br />

anterior ao acolhimento e anterior zona <strong>de</strong> residência.<br />

Neste mesmo retrato também se procurou verificar se os idosos têm, ou não,<br />

outros familiares, se recebem visit<strong>as</strong> (e com que periodici<strong>da</strong><strong>de</strong>) e há quanto<br />

tempo estão institucionalizados.<br />

Do mesmo p<strong>as</strong>so, perguntou-se sobre a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> cui<strong>da</strong>dos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><br />

especializados, ao nível <strong>da</strong> mobili<strong>da</strong><strong>de</strong>, visão, psiquiátrico ou outro.<br />

E, em termos comportamentais, tentou-se saber d<strong>as</strong> especiali<strong>da</strong><strong>de</strong>s do<br />

relacionamento com outros idosos, <strong>da</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong> para a activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

física autónoma e d<strong>as</strong> particulari<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> alimentação.<br />

III. Outro dos principais objectivos foi a aferição do respeito pelos direitos dos<br />

idosos institucionalizados.<br />

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