Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
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<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />
<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />
«[…] só conhecen<strong>do</strong> o meio prostitucional é que po<strong>de</strong>mos agir e<br />
po<strong>de</strong>mos encontrar formas <strong>de</strong> funcionar e trabalhar em prol da<br />
promoção social <strong>de</strong>stas mulheres.»<br />
Numa outra entrevista, a perceção da ausência <strong>de</strong> reconhecimento e valorização<br />
<strong>de</strong> ser mulher e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> humanização trespassa nas palavras <strong>de</strong> Magda, quan<strong>do</strong><br />
refere:<br />
«[…] Começamos a olhar para elas como pessoas, que se calhar a<br />
maior parte da socieda<strong>de</strong> não olha para elas como pessoas, olha para<br />
elas se calhar como objeto […]»<br />
To<strong>do</strong> o fortalecimento e a criação <strong>de</strong> condições que proporcionem um melhor<br />
encaminhamento e acompanhamento das mulheres envolvidas no fenómeno da<br />
prostituição <strong>de</strong>vem constituir uma priorida<strong>de</strong>. Para O Ninho, to<strong>do</strong> o acompanhamento<br />
feito com uma mulher <strong>de</strong>verá ser um processo continua<strong>do</strong> e, consequentemente, <strong>de</strong>ve<br />
abranger todas as vertentes associadas a cada mulher em concreto e seu percurso <strong>de</strong><br />
vida. Dessas vertentes po<strong>de</strong>mos enunciar aquelas que O Ninho não <strong>de</strong>scora e tenta dar o<br />
seu contributo efetivo, são as áreas da família, saú<strong>de</strong>, trabalho e habitação, mesmo<br />
àquelas mulheres que já reconstituíram a sua vida.<br />
«[…] Mulheres que estiveram cá no Lar ainda algum tempo, e que<br />
hoje têm a sua casa, que estão grávidas, têm a sua vida reorganizada,<br />
que durante este processo cresceram muito, autonomizaram-se. Têm<br />
as suas próprias famílias, fortaleceram, com o apoio <strong>de</strong> psicoterapia,<br />
há temos casos <strong>de</strong> sucesso, <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> mudança que são notórios e<br />
são muito visíveis.» (Marta, 2012).<br />
Estes locais (Lar/Oficinas/Centro <strong>de</strong> Atendimento) funcionam como espaços <strong>de</strong><br />
acolhimento a que as mulheres po<strong>de</strong>m recorrer para viver, <strong>do</strong>rmir ou simplesmente ficar<br />
durante algum tempo. Todas as rotinas, regras, horários e cumprimento <strong>do</strong>s objetivos<br />
que os técnicos vão <strong>de</strong>finin<strong>do</strong> e exigin<strong>do</strong> com cada mulher, tem um único objectivo, a<br />
promoção da sua autonomia e a criação <strong>de</strong> uma autoimagem e um autoconceito positivo.<br />
Po<strong>de</strong>mos conferir estas pequenas exigências que lhes vão sen<strong>do</strong> solicitadas diariamente<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 92