Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />
<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />
«Não po<strong>de</strong>mos esquecer nunca que trabalhamos com pessoas, não<br />
somos amigos nem família, trabalhamos com pessoas. Temos <strong>de</strong> ter<br />
uma relação empática, empática não é estar aos beijinhos e abraços,<br />
mas a outra pessoa perceber que estamos aqui para ela, corretamente<br />
[…] para lutar pelos direitos <strong>de</strong>la numa situação em que ela precise<br />
sempre.»<br />
Uma das maiores preocupações <strong>do</strong>s técnicos é a forma como as mulheres lidam<br />
com <strong>de</strong>terminadas realida<strong>de</strong>s, sobretu<strong>do</strong> o que lhes é dito, uma vez que po<strong>de</strong> acontecer<br />
que sejam feridas suscetibilida<strong>de</strong>s. O usual nestes casos é confrontar os técnicos com a<br />
versão apresentada pela mulher e posteriormente tentar solucionar, mediante diálogo, as<br />
possíveis divergências que possam subsistir. Assumir a fiabilida<strong>de</strong> enquanto ser humano<br />
e técnico é um garante da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhoria e crescimento. Este ponto <strong>de</strong> vista<br />
é-nos corrobora<strong>do</strong> pela Diretora que nos refere:<br />
«Uma mulher que chega aqui e diz – olhe passou-se isto assim e assim<br />
com fulana tal que é um técnico, oiço o técnico, são versões<br />
contrárias, vamos conversar to<strong>do</strong>s, acho isto importante, são pessoas,<br />
eu posso errar, eu assumir o erro não me diminui em nada, mas em<br />
nada pelo contrário, eu vou apren<strong>de</strong>r com isso, não vou cometer o<br />
mesmo erro cinquenta vezes vou apren<strong>de</strong>r com esse erro que cometi e<br />
melhorar a minha condição. Pon<strong>do</strong> a hipótese que a mulher tem razão,<br />
ah o técnico pe<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpa, às vezes sei lá, às vezes coisas infelizes<br />
que uma pessoa po<strong>de</strong> dizer inconscientemente, sem qualquer intenção,<br />
mas o sentimento <strong>do</strong> outro, a forma como o outro sente é importante.<br />
Eu aí tenho muito cuida<strong>do</strong> na forma como as mulheres sentem as<br />
coisas e cui<strong>do</strong> muito isso.»<br />
A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> admitir o erro e <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r a partir <strong>do</strong> mesmo revela a<br />
humanida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os elementos envolvi<strong>do</strong>s e, como tal, o que se preten<strong>de</strong> a partir <strong>do</strong><br />
diálogo é um crescimento, quer individual quer profissional, <strong>de</strong> mulheres e técnicos.<br />
Esta i<strong>de</strong>ia é-nos apresentada por Joana que partilha a forma direta e sincera como encara<br />
um problema e o soluciona quer internamente quer com a mulher:<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 66