15.04.2013 Views

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />

<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />

problema em se estar ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>la, e ir aos locais, fazer-lhes conhecer<br />

os recursos, fazer-lhes conhecer o que há e acompanhar.»<br />

O facto <strong>de</strong> o técnico estar presente, <strong>de</strong> não ter vergonha <strong>de</strong> estar com ela, <strong>de</strong><br />

estar internamente disponível, <strong>de</strong> ir às repartições públicas com a mulher, ao centro <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>, é um fator <strong>de</strong> extrema importância para a mulher se sentir valorizada e <strong>de</strong> ir<br />

interiorizan<strong>do</strong> que é respeitada e aceite sem juízos <strong>de</strong> valor e consi<strong>de</strong>rada como Ser<br />

Humano. É esta a opinião que Cristina manifestou durante a sua entrevista:<br />

«Eu vou-lhe dar um exemplo e <strong>do</strong>u esse exemplo várias vezes, foi<br />

uma das coisas que mais me impressionou, foi, como é que as<br />

mulheres ficam compensadas e sentem gratificadas quan<strong>do</strong> eu estou<br />

com elas, horas à espera <strong>de</strong> uma consulta médica por exemplo. O não<br />

aban<strong>do</strong>no, eu sei que quan<strong>do</strong> estou ali também no papel <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo, <strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> comportamento, são mulheres cuja resposta à frustração é,<br />

não tem, é muito baixa, <strong>de</strong>sistem logo, eu sei que ao estar ali para dar<br />

o exemplo – temos <strong>de</strong> esperar, a vida é assim, os serviços funcionam<br />

assim – […] e elas darem importância a isso que é uma coisa tão banal<br />

para nós […] estou ali a dizer-lhes que estou aqui, vamos esperar o<br />

tempo que for necessário.»<br />

Garantir e lutar pelo exercício pleno <strong>do</strong>s direitos e <strong>de</strong>veres <strong>de</strong> cidadania,<br />

fundamentais em to<strong>do</strong>s os percursos <strong>de</strong> autonomização das mulheres, fomentar o<br />

respeito pela dignida<strong>de</strong> humana e liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escolha das mulheres, combater as<br />

profundas <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s sociais existentes, configuram um princípio ético por que<br />

<strong>de</strong>vemos pautar toda a intervenção.<br />

A centralida<strong>de</strong> na mulher não significa o isolamento perante a realida<strong>de</strong> social<br />

que reveste a intervenção, mas contrariamente <strong>de</strong>signa que ten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> às necessida<strong>de</strong>s<br />

que a mulher apresenta temos <strong>de</strong> incidir a intervenção nos sistemas sociais, preparan<strong>do</strong>-<br />

os e trabalhan<strong>do</strong>-os para que se estabeleçam como facilita<strong>do</strong>res <strong>do</strong> processo <strong>de</strong><br />

reinserção da mulher prostituta.<br />

Esta pedagogia é partilhada por Alexandra que em entrevista manifestou o seu<br />

sentimento face à realida<strong>de</strong> social atual, afirman<strong>do</strong>:<br />

Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 72

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!