Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
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<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />
<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, constituem as condições essenciais para que as mulheres sejam<br />
seduzidas a <strong>de</strong>slocar-se para outros países.<br />
Geralmente e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a Organização das Nações Unidas (cit. in Obra<br />
Social das Irmãs Oblatas <strong>do</strong> Santíssimo Re<strong>de</strong>ntor, 2005) “as condições a que estas<br />
mulheres ficam sujeitas assemelham-se a um regime <strong>de</strong> escravatura, encontran<strong>do</strong>-se<br />
prisioneiras em casa, são obrigadas a prostituir-se, para pagarem a dívida que<br />
contraíram para o transporte” (p. 267).<br />
“Normalmente elas são empurradas para a prostituição por terem <strong>de</strong><br />
alimentar os filhos, coisas tão básicas, <strong>de</strong>pois são mulheres que <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />
à fraca escolarida<strong>de</strong> o emprego que têm nunca faz face às <strong>de</strong>spesas,<br />
[…], e acabam se calhar por aceitar, acomodarem-se à situação e<br />
terem que viver assim” (Magda, Monitora <strong>do</strong> Lar. 2012).<br />
A forma como estas mulheres vivenciam a chegada e estadia nos países <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>stino é sentida com muita <strong>de</strong>silusão e me<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> em conta as suas aspirações e<br />
sonhos. “Sem dinheiro, endividadas para com as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tráfico, <strong>de</strong>slocadas <strong>do</strong> seu país<br />
<strong>de</strong> origem, leigas na língua, sem re<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte social, submetidas à pressão <strong>do</strong>s<br />
proxenetas para se prostituírem, acham-se completamente perdidas” (cit. in Obra Social<br />
das Irmãs Oblatas <strong>do</strong> Santíssimo Re<strong>de</strong>ntor, 2005, p. 267).<br />
Constatamos assim que o fenómeno da globalização trouxe aspectos positivos<br />
em muitas áreas, mas relativamente à área da prostituição, veio proporcionar situações<br />
marcadamente <strong>de</strong>licadas e violentas a muitas jovens, mulheres e até crianças e<br />
<strong>de</strong>paramo-nos com um aumento significativo <strong>de</strong> mulheres que se sujeitam à exploração<br />
sexual.<br />
2.1.1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA<br />
“No caráter feminino não existe meio termo; ele tem que existir em imaculada<br />
inocência ou então no vício irremediável.”<br />
(Chitten<strong>de</strong>, 1837, cit. in Roberts, 1996)<br />
A evolução da prostituição, quan<strong>do</strong> equiparada com práticas <strong>de</strong> outros tempos,<br />
contempla diversas explicações e justificações que possibilitam perspetivar<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 15