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Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

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<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />

<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />

reconhecemos que nas socieda<strong>de</strong>s pobres a prostituição será um meio <strong>de</strong> subsistência,<br />

<strong>de</strong> sustento, talvez o mais viável para fugir à miséria.<br />

Numa outra perspetiva po<strong>de</strong>mos aludir que “não é a situação moral e psicológica<br />

que torna penosa a existência <strong>de</strong> prostitutas; a sua condição material é que é na maioria<br />

<strong>do</strong>s casos <strong>de</strong>plorável” (Costa & Alves, 2001, p. 75). Desta forma, po<strong>de</strong>mos referir que<br />

não é con<strong>de</strong>nável ser prostituta, mas é con<strong>de</strong>nável ser oprimida sexual e<br />

economicamente, arrastada para a margem e para a exclusão <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong><br />

estigmatizada pela divisão sexual.<br />

SOCIAL?<br />

2.5. PROSTITUIÇÃO: UM PROBLEMA SOCIAL OU ESTIGMA<br />

As normas vigentes numa socieda<strong>de</strong> são entendidas como “parâmetros <strong>de</strong><br />

or<strong>de</strong>m, normalida<strong>de</strong>, controlan<strong>do</strong> e predizen<strong>do</strong> como certa conduta a<strong>de</strong>quada aos<br />

indivíduos” (Bacelar, 1982, p. 10). Porém, o próprio carácter ontológico <strong>do</strong><br />

comportamento humano, permite ao indivíduo não se reger inteiramente pela or<strong>de</strong>m<br />

normativa estabelecida. Quan<strong>do</strong> os indivíduos não se ajustam às condutas normativas<br />

prescritas pela or<strong>de</strong>m institucional, quan<strong>do</strong> expõem qualquer <strong>de</strong>svio, passam a ser<br />

<strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s como “inadapta<strong>do</strong>s, criminosos, <strong>de</strong>linquentes, loucos” entre outras<br />

<strong>de</strong>nominações (Bacelar, 1982, p. 10).<br />

O <strong>de</strong>svio não está no indivíduo ou nos seus atos, mas sim, na i<strong>de</strong>ntificação e<br />

atribuição <strong>de</strong> divergências quan<strong>do</strong> comparamos uns e outros. A prostituição é<br />

consi<strong>de</strong>rada um comportamento <strong>de</strong>sviante, transportan<strong>do</strong> em si um estigma, o que torna<br />

as prostitutas pessoas “estragadas, diminuídas e <strong>de</strong>sacreditadas” (Goffman, 1975, p. 17).<br />

A expressão estigmatizada em torno <strong>do</strong> fenómeno social da prostituição é uma<br />

construção i<strong>de</strong>ológica para explicar a sua inferiorida<strong>de</strong>.<br />

A prostituição apresenta-se como <strong>de</strong>sviante em qualquer camada da socieda<strong>de</strong>,<br />

todavia, o grau <strong>de</strong> estigmatização, o tratamento diferencial está intimamente relaciona<strong>do</strong><br />

com os grupos <strong>de</strong> pertença da própria prostituta na estrutura social.<br />

Frequentemente o estereótipo alia<strong>do</strong> à prostituição pren<strong>de</strong>-se com o fenómeno<br />

da pobreza, sen<strong>do</strong> que o estigma em torno da prostituição recairá com maior incidência<br />

e discriminação nestas classes sociais. Neste caso, “o mais alto grau <strong>de</strong> estigma incidirá<br />

Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 29

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