Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />
<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />
uma relação <strong>de</strong> ajuda, que a mulher tem que querer, portanto há toda<br />
essa relação contratual, entre o técnico e a mulher, no senti<strong>do</strong> da ajuda<br />
po<strong>de</strong>r ser efetiva.»<br />
Também no meio prostitucional é necessário que o técnico tenha consciência das<br />
dificulda<strong>de</strong>s e situações mais complexas que possam surgir. A forma como o primeiro<br />
contacto com a mulher é estabeleci<strong>do</strong>, a maneira como se aborda, como se olha, como<br />
se ouve, são importantes para cativar ou distanciar a mulher. A técnica que trabalha<br />
diretamente no terreno, ao mencionar como essa relação é estabelecida refere:<br />
«Eu tenho um relacionamento na rua muito específico, muito <strong>de</strong><br />
empatia e muitas vezes as pessoas perguntam-me – ah como é que se<br />
faz contactos <strong>de</strong> rua? – eu não sei explicar, sei estar, é o sentir o outro,<br />
o estar em sintonia com o outro para po<strong>de</strong>r dar resposta e para po<strong>de</strong>r<br />
estar <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> e po<strong>de</strong> passar por estar <strong>de</strong> uma maneira muito como<br />
Sr. Dr.º entre aspas, como po<strong>de</strong> passar por sentar-me no soleiro <strong>de</strong><br />
uma porta com alguém.»<br />
Numa outra perspetiva, Magda reconhece que o trabalho técnico é um trabalho<br />
<strong>de</strong> referência, e quan<strong>do</strong> estamos a agir com pessoas é essencial ter consciência que a<br />
pessoa <strong>do</strong> técnico é um mo<strong>de</strong>lo para quem todas as atenções são direcionadas. Os<br />
próprios técnicos têm essa perceção, o qual po<strong>de</strong>mos comprovar nas palavras da<br />
técnica:<br />
«Porque o nosso objetivo também é sermos um bocadinho o mo<strong>de</strong>lo<br />
<strong>de</strong>las e às vezes somos aquilo que elas procuram, uma vida que não<br />
encontraram […] o estar aqui com uma mulher até às 11 da noite<br />
permite que a gente jante, que ela veja que a gente lava os <strong>de</strong>ntes,<br />
coisas tão simples como isto, permite que elas vejam quan<strong>do</strong> a gente<br />
vem bem vestidas, mal vestidas, portanto elas reparam em tu<strong>do</strong>, a<br />
maneira como nós comemos, como falamos, temos <strong>de</strong> ter sempre em<br />
atenção que tipo <strong>de</strong> assuntos abordamos à mesa, porque é tu<strong>do</strong> muito<br />
vago […] há assuntos que são quase tabus, por exemplo a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong><br />
crianças, toxico<strong>de</strong>pendência, retirar filhos.»<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 69