Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
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<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />
<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />
Tal como refere Fontinha (2011) o tempo <strong>de</strong> permanência <strong>de</strong> cada mulher<br />
prostituta na instituição <strong>de</strong>nomina-se <strong>de</strong> “estágio”, procuran<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sta forma, incutir em<br />
cada estagiária uma atitu<strong>de</strong> crítica em relação à situação <strong>de</strong> marginalida<strong>de</strong> e exploração<br />
<strong>de</strong> que é vítima, fomentan<strong>do</strong> em cada mulher uma consciencialização <strong>de</strong> si própria e <strong>do</strong>s<br />
seus direitos <strong>de</strong> cidadania enquanto Ser Humano sem qualquer obstáculo.<br />
O Ninho <strong>de</strong>senvolve também parte <strong>do</strong> seu trabalho junto das escolas, pois<br />
consi<strong>de</strong>ram esta intervenção essencial para tentar combater e inverter a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a<br />
prostituição é uma situação banal e opcional como outra qualquer.<br />
O tipo <strong>de</strong> acompanhamento presta<strong>do</strong> n’O Ninho assenta numa pedagogia<br />
dialogante, não diretiva. É uma intervenção muito morosa, caracterizada por avanços e<br />
retrocessos, que só é possível aten<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ao empenho e disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />
técnicos <strong>de</strong> acompanhamento. Tal como nos refere Ferreira (1987), a experiência<br />
cumulada ao longo <strong>do</strong>s anos tem <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> a eficácia <strong>de</strong>sta pedagogia, que na<br />
maioria <strong>do</strong>s casos se traduz em sucesso e integração <strong>de</strong>stas mulheres no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
trabalho, que lhes permita auferir o seu sustento sem recorrer à prostituição. A mesma<br />
autora coloca uma questão prepon<strong>de</strong>rante: “Fazer d’O Ninho uma porta <strong>de</strong> passagem<br />
virada para a socieda<strong>de</strong> que as rejeitou” (Ferreira, 1987, p. 53).<br />
Paralelamente, O Ninho efetua um trabalho em re<strong>de</strong> auxilia<strong>do</strong> pelos diferentes<br />
recursos existentes na comunida<strong>de</strong>. Referimo-nos à parceria estabelecida com a Santa<br />
Casa da Misericórdia <strong>de</strong> Lisboa e com os Centros Regionais <strong>de</strong> Segurança Social que<br />
conjuntamente fazem uma análise da situação e quan<strong>do</strong> necessário presta um subsídio<br />
complementar para ajudar as mulheres a sobreviver até arranjarem soluções para po<strong>de</strong>r<br />
viver com dignida<strong>de</strong> sem <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sse recurso.<br />
Existe uma articulação com os Centros <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Hospitais para a prevenção <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>enças e proporcionar o seu tratamento; com o Serviço <strong>de</strong> Estrangeiros e Fronteiras;<br />
Tribunais; Câmara Municipal <strong>de</strong> Lisboa; Juntas <strong>de</strong> Freguesia; Centros <strong>de</strong> Emprego,<br />
entre outros recursos.<br />
Para situações em que as mulheres têm filhos e necessitam <strong>de</strong> mais apoio para o<br />
cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong>la e <strong>do</strong>s seus, O Ninho estabelece parceria com outros serviços tais como:<br />
creches, jardim-<strong>de</strong>-infância, escolas, ocupação <strong>de</strong> tempos livres para que as mulheres<br />
possam trabalhar e os seus filhos tenham on<strong>de</strong> e com quem ficar. Noutros casos, e<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 37