15.04.2013 Views

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />

<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />

que vai <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1963 até 1982, e o último, <strong>de</strong>pois 1982, o perío<strong>do</strong> da Despenalização<br />

(Oliveira, 2004).<br />

O sistema regulamentarista, que tolera a prostituição, consi<strong>de</strong>ra-a “um mal<br />

necessário”. De acor<strong>do</strong> com Fontinha (1989) neste perío<strong>do</strong> regulamentava-se a<br />

prostituição para “salvaguarda da higiene, da saú<strong>de</strong> e da <strong>de</strong>cência <strong>do</strong>s locais públicos”<br />

(p. 66). A mulher, consequentemente era vista como sen<strong>do</strong> marginal, tornan<strong>do</strong> quase<br />

inexequível a sua saída <strong>do</strong> meio prostitucional.<br />

O sistema proibicionista, tal como o nome indica, proíbe e pune a prostituição,<br />

to<strong>do</strong>s os atores são discrimina<strong>do</strong>s, homens e mulheres, porém, os clientes são<br />

“absolvi<strong>do</strong>s” <strong>de</strong> qualquer prática.<br />

O sistema abolicionista consi<strong>de</strong>ra que a prostituição não é sinónimo <strong>de</strong><br />

dignida<strong>de</strong> humana, contu<strong>do</strong>, não a proíbe. Po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que com o sistema da<br />

<strong>de</strong>spenalização o gran<strong>de</strong> objectivo centra-se em abolir a exploração sexual <strong>de</strong> outrem.<br />

A ONU na Convenção para a supressão <strong>do</strong> Tráfico <strong>de</strong> Pessoas e da Exploração<br />

da <strong>Prostituição</strong> <strong>de</strong> Outrem (1949) ratificada por Portugal em 1991 consi<strong>de</strong>ra no<br />

Preâmbulo que a prostituição e o mal que acarreta, tal como, o tráfico <strong>de</strong> pessoas para<br />

fins sexuais, são incompatíveis com a dignida<strong>de</strong> e o valor humano, pon<strong>do</strong> em perigo o<br />

bem-estar <strong>do</strong> indivíduo, da família e da comunida<strong>de</strong> envolvente.<br />

Segun<strong>do</strong> Oliveira (2004) a primeira regulamentação da prostituição, em<br />

Portugal, surgiu em 1853 (Regulamento Sanitário das Meretrizes <strong>do</strong> Porto). Em 1858<br />

foi <strong>de</strong>cretada uma regulamentação mais geral que obrigava as prostitutas a<br />

matricularem-se num livro <strong>de</strong> registo na repartição da Polícia ou no Governo Civil.<br />

Todas as mulheres eram inspecionadas, sob suspeita <strong>de</strong> serem prostitutas, seriam <strong>de</strong><br />

imediato presas e matriculadas.<br />

O Código Penal Português <strong>de</strong> 1982 não consi<strong>de</strong>ra criminosa a prostituta, mas o<br />

proxeneta. O cliente, porém, não é objeto <strong>de</strong> punição.<br />

Segun<strong>do</strong> Canço e Castro (2001), Portugal ratificou em 1980, a convenção sobre a<br />

eliminação <strong>de</strong> todas as formas <strong>de</strong> discriminação contra as mulheres das Nações Unidas,<br />

cujo art.º 6º estipula que os Esta<strong>do</strong>s-Partes se comprometem a suprimir todas as formas<br />

<strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong> mulheres, bem como “punir qualquer pessoa que, para satisfazer as paixões<br />

<strong>de</strong> outrem, alicie, atraia ou <strong>de</strong>svie pessoas para a prostituição”, sen<strong>do</strong> que a exploração<br />

Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!