Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />
<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />
on<strong>de</strong> este trabalho é <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> é diferente cada dia, mediante as mulheres que são<br />
auxiliadas, os seus agentes e as áreas on<strong>de</strong> se prostituem. É Helena quem revela esta<br />
mesma realida<strong>de</strong> ao fazer alusão às suas condições <strong>de</strong> trabalho e às suas obrigações:<br />
«Eu tenho um horário <strong>de</strong> trabalho que nem sempre é cumpri<strong>do</strong>, o meu<br />
horário é das 8:00 às 12:00 e das 16:00 às 20:00. […] Das 8:00 às<br />
12:00 eu trabalho na Jardinagem e das 16:00 às 20:00 eu trabalho na<br />
rua. […] É um horário muito flexível, portanto eu não tenho horário<br />
<strong>de</strong> trabalho. Tenho um horário <strong>de</strong> trabalho que a<strong>de</strong>quo às necessida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> trabalho e ao meio em si.»<br />
6.2. VISÃO TÉCNICA RELATIVAMENTE À MULHER PROSTITUTA E<br />
SUA CONDIÇÃO<br />
A prostituição apresenta-se como <strong>de</strong>sviante em qualquer camada da socieda<strong>de</strong>.<br />
Todavia, o grau <strong>de</strong> estigmatização e o tratamento diferencial está intimamente<br />
relaciona<strong>do</strong> com os grupos <strong>de</strong> pertença da própria prostituta na sua estrutura social.<br />
É indispensável antes <strong>de</strong> mais distinguir as posições a que cada um <strong>de</strong> nós<br />
chegou quanto ao que é bem e o que é mal e portanto o que se <strong>de</strong>ve ou não fazer, e o<br />
comportamento <strong>de</strong> outras pessoas que proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> maneira diferente. Maioritariamente<br />
os critérios que usamos e as posições que tomamos justificam-se pela nossa história<br />
pessoal, pelo que apren<strong>de</strong>mos ao longo da vida, a nossa e a <strong>do</strong>s que nos ro<strong>de</strong>iam.<br />
A postura <strong>do</strong>s técnicos aquan<strong>do</strong> <strong>do</strong> primeiro contato com a realida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />
fenómeno que constitui a prostituição revela alguns laivos <strong>de</strong> preconceito e estigma,<br />
uma vez que a i<strong>de</strong>ia pré-concebida e <strong>de</strong>sconhecimento em relação à mulher que se<br />
prostitui os condiciona enquanto agentes sociais. Eles próprios, ao tentarem colocar-se<br />
no lugar da mulher experienciam diferentes sentimentos e emoções. Assim o confessou<br />
Paula que antes <strong>de</strong> trabalhar na Instituição, ainda enquanto estudante, tinha uma visão<br />
completamente distinta <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong>:<br />
«Lembro-me <strong>de</strong> parar ali numa paragem e ver as moças a<br />
prostituírem-se ali na Gomes Frei e pensar – É pá, que vergonha! Se<br />
fosse a elas metia-me na paragem para não pensarem que estou ali a<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 57