15.04.2013 Views

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />

<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />

mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> hoje opera mediante linhas abissais que divi<strong>de</strong>m o mun<strong>do</strong> humano <strong>do</strong><br />

sub‑humano, <strong>de</strong> tal forma que os princípios <strong>de</strong> humanida<strong>de</strong> não são postos em causa<br />

por práticas <strong>de</strong>sumanas” (Sousa et al., 2009, p. 70). Desta forma, a prostituição reveste-<br />

se <strong>de</strong> extrema violência e fere severamente a condição feminina e a própria dignida<strong>de</strong><br />

humana. Quan<strong>do</strong> nos confrontamos com uma realida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> temos mulheres obrigadas<br />

a trabalhar como prostitutas, contra a sua vonta<strong>de</strong>, e nos <strong>de</strong>frontamos com situações em<br />

que a mulher prostituída é obrigada a trabalhar em condições que não pô<strong>de</strong> escolher,<br />

po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>ra-las como vítimas <strong>de</strong> toda uma emboscada e <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

fatores que <strong>de</strong>terminaram e conduziram à prostituição. Esta perceção é-nos apresentada<br />

por Alexandra:<br />

«Existe um sofrimento enorme, existe uma continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> violência<br />

exercida sobre estas mulheres, os condicionalismos que no fun<strong>do</strong><br />

percorrerem estas vidas, mas isso não é ti<strong>do</strong> em conta, mas <strong>de</strong>vemos<br />

ter em conta quan<strong>do</strong> analisamos uma <strong>de</strong>terminada realida<strong>de</strong>, não<br />

po<strong>de</strong>mos passar assim em branco.»<br />

Existem <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s fatores que <strong>de</strong>terminam e influenciam a entrada na<br />

prostituição. Joana tem em conta que falar <strong>de</strong> prostituição <strong>de</strong> rua é diferente <strong>de</strong> falar<br />

numa prostituição que se diz <strong>de</strong> luxo. Em contrapartida, para Alexandra não existe essa<br />

diferenciação entre os diversos tipos <strong>de</strong> prostituição. De referir que as duas técnicas têm<br />

um discurso similar quan<strong>do</strong> referem que a prostituição não é uma escolha, uma opção<br />

que a mulher toma irrefletidamente. Po<strong>de</strong>mos confirmar estas duas posições nas<br />

palavras <strong>de</strong> ambas as técnicas aquan<strong>do</strong> da realização da entrevista:<br />

«É importante perceber que nós trabalhamos com um tipo <strong>de</strong><br />

prostituição, que é um tipo <strong>de</strong> prostituição <strong>de</strong> rua não é uma<br />

prostituição <strong>de</strong> luxo, não é uma prostituição <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> luxo. Não é<br />

uma prostituição em que as pessoas <strong>de</strong>cidiram, seja porque motivos<br />

seja, os motivos das pessoas são os motivos das pessoas, mas não<br />

<strong>de</strong>cidiram – a partir <strong>de</strong> amanhã eu vou começar a prostituir-me para<br />

ganhar mais um dinheiro, para aumentar o meu rendimento – é uma<br />

escolha <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s motivos que foram […] e essa escolha é cardada<br />

Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!