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Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

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<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />

<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />

companheiros ou a viuvez, <strong>de</strong>ixa as mulheres numa situação bastante vulnerável à<br />

alternativa <strong>de</strong> ganhos rápi<strong>do</strong>s e fáceis.<br />

Imbuídas da i<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong> que a prostituição seria uma fase transitória e curta da sua<br />

vida, viriam, afinal, a mergulhar neste submun<strong>do</strong> sem dignida<strong>de</strong>, regras e direitos. As<br />

mulheres prostitutas, ce<strong>do</strong> perceberam que a sua opção se transformara num estilo <strong>de</strong><br />

vida, sem retorno. Por to<strong>do</strong>s marginalizada, <strong>de</strong>scaracterizaram-se, forjaram uma nova<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, uma profissão e até, mesmo, uma família.<br />

III - Motivações e expetativas <strong>do</strong>s técnicos <strong>de</strong> acompanhamento face à sua realização<br />

pessoal e profissional e face à atuação d’O Ninho<br />

A permanência <strong>do</strong>s técnicos <strong>de</strong> acompanhamento d’O Ninho é persistente ao<br />

longo <strong>do</strong>s anos, na sua maioria trabalham na instituição há mais <strong>de</strong> 30 anos, sen<strong>do</strong> a<br />

média <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> serviço <strong>do</strong>s técnicos entrevista<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 22 anos. Maioritariamente os<br />

elementos da equipa técnica <strong>de</strong>sconheciam na totalida<strong>de</strong> a realida<strong>de</strong> da prostituição<br />

antes <strong>de</strong> entrarem para O Ninho, era uma realida<strong>de</strong> que suscitava um certo estigma e ao<br />

mesmo tempo preocupação.<br />

Analisamos que a maioria <strong>do</strong>s elementos da equipa <strong>de</strong> trabalho teve<br />

conhecimento d’O Ninho ou por intermédio <strong>de</strong> terceiros, <strong>de</strong> professores, amigos ou<br />

conheci<strong>do</strong>s ou através da diretora d’O Ninho.<br />

Verificamos que as principais motivações pessoais <strong>do</strong>s técnicos <strong>de</strong><br />

acompanhamento são a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajudar a projetar e alterar o projeto <strong>de</strong> vida das<br />

mulheres, dignifica-las, valorizá-las e posteriormente dar-lhes a conhecer os recursos<br />

existentes e seus direitos enquanto mulher e enquanto cidadã.<br />

Os técnicos reconhecem que to<strong>do</strong> o trabalho que O Ninho foi <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> ao<br />

longo <strong>do</strong>s anos, permitiu construir uma credibilida<strong>de</strong> e um reconhecimento que é muito<br />

gratificante, e que se <strong>de</strong>staca, no enten<strong>de</strong>r <strong>do</strong>s mesmos, das outras instituições<br />

IV - Reinserção ou integração Social?<br />

Os antece<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> vida das mulheres que recorrem ao Ninho são to<strong>do</strong>s eles<br />

semelhantes e marcadamente sofri<strong>do</strong>s. Marca<strong>do</strong>s por diferentes episódios <strong>de</strong> violência,<br />

aban<strong>do</strong>no, maus-tratos, abusos, o analfabetismo, a pobreza, a <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> meio<br />

prostitucional, faz <strong>de</strong>stas mulheres excluídas mesmo antes <strong>de</strong> se prostituírem. Na<br />

Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 98

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