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Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...

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<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />

<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />

A importância <strong>de</strong> um conhecimento atual e real sobre o fenómeno prostituição<br />

<strong>de</strong>verá igualmente contribuir <strong>de</strong> forma distinta para <strong>de</strong>smistificar as representações<br />

sociais <strong>de</strong> ín<strong>do</strong>le negativa que constituem um obstáculo à promoção da dignida<strong>de</strong><br />

humana <strong>de</strong>stas mulheres. Interessa reverter mentalida<strong>de</strong>s, reconhecen<strong>do</strong> os direitos das<br />

pessoas que se encontram em situação <strong>de</strong> marginalida<strong>de</strong> social. As opiniões <strong>de</strong> Joana e<br />

Patrícia são idênticas e complementam-se:<br />

«É capaz <strong>de</strong> haver pessoas que já compreen<strong>de</strong>m o problema e aceitam,<br />

aceitam não, mas já não apontam tanto o <strong>de</strong><strong>do</strong>. Mas há outras que são<br />

marginalizadas por isso, há pessoas que não aceitam isso, é prostituta,<br />

é para ser prostituta a vida toda.» (Patrícia, 2012).<br />

«Eu acho que a imagem geral é completamente negativa, e não se<br />

coaduna em nada com a realida<strong>de</strong> das pessoas com quem eu trabalho.<br />

A imagem que eu vejo, mesmo nas minhas relações pessoais, às vezes<br />

tentam ser um bocadinho poli<strong>do</strong>s. […] Eu noto isso, por exemplo,<br />

quan<strong>do</strong> vou ao médico, que as pessoas assumem que estas mulheres<br />

têm mil e uma <strong>do</strong>enças, as pessoas assumem uma i<strong>de</strong>ia pré-concebida<br />

sobre as mulheres, e isto em to<strong>do</strong>s os lugares, quer seja numa<br />

repartição pública, quer seja num centro lúdico, quer seja andar pela<br />

rua.» (Joana, 2012)<br />

A intervenção social <strong>do</strong> técnico não se limita ao ambiente da Instituição, mesmo<br />

nas suas relações pessoais, tenta, em to<strong>do</strong> o momento e em diferentes contextos,<br />

<strong>de</strong>smistificar esta realida<strong>de</strong>. Tal se infere das palavras <strong>de</strong> Magda:<br />

«[…] Falo com amigos mesmo, eles mandam aquelas bocas parvas,<br />

nós ouvimos muito isso, <strong>do</strong> passar a informação, fazer com que o<br />

Outro consiga perceber que a prostituição é um <strong>de</strong>sespero, é um<br />

momento em que a mulher não tem recursos nenhuns e tem <strong>de</strong><br />

recorrer para alimentar os filhos, necessida<strong>de</strong>s básicas. […] Dentro <strong>do</strong><br />

meu núcleo eu acho que eu fui mudan<strong>do</strong> um bocadinho a mentalida<strong>de</strong><br />

das pessoas que me estão próximas, <strong>do</strong> que é que é trabalhar n’O<br />

Ninho e passan<strong>do</strong> um bocadinho o que é a necessida<strong>de</strong>.»<br />

Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 61

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