Prostituição Feminina de Rua.pdf - Repositório Científico do Instituto ...
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<strong>Instituto</strong> Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />
<strong>Prostituição</strong> <strong>Feminina</strong> <strong>de</strong> <strong>Rua</strong><br />
CAPÍTULO 3: REINSERÇÃO SOCIAL DE MULHERES PROSTITUTAS<br />
3.1. EDUCAÇÃO SOCIAL: PORQUÊ E PARA QUÊ NO PARADIGMA<br />
DE “RECICLAGEM” PROPULSOR DE FENÓMENOS DE EXCLUSÃO<br />
SOCIAL?<br />
«Mudam-se os tempos, mudam-se as vonta<strong>de</strong>s,<br />
Muda-se o ser, muda-se a confiança;<br />
To<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> é composto <strong>de</strong> mudança,<br />
Toman<strong>do</strong> sempre novas qualida<strong>de</strong>s.<br />
Luís Vaz <strong>de</strong> Camões<br />
Neste poema associa<strong>do</strong> ao tema da mudança, o conceito <strong>de</strong> mun<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>sconcerta<strong>do</strong> dá-nos conta <strong>de</strong> uma mundividência visivelmente atual. Na verda<strong>de</strong>, a<br />
mudança está presente a cada dia que passa <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong>, à influência das novas<br />
tecnologias da informação e comunicação, <strong>do</strong> fenómeno da globalização, que remete<br />
para conceitos como uniformização, unificação, homogeneização e à massificação<br />
cultural, daí o emprego <strong>do</strong> termo “reciclagem”. O novo <strong>de</strong>safio que se coloca diz<br />
respeito à forma como os contextos em que nos <strong>de</strong>senvolvemos estão em mudança e se<br />
correlacionam, originan<strong>do</strong> novas formas <strong>de</strong> ser e estar. Este conceito <strong>de</strong> reciclagem<br />
“implica para cada um, se é que não quer ver-se relega<strong>do</strong>, distancia<strong>do</strong> e <strong>de</strong>squalifica<strong>do</strong>,<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pôr em dia os próprios conhecimentos e o saber” (Baudrillard, 1981).<br />
Neste senti<strong>do</strong>, é importante estarmos prepara<strong>do</strong>s para enfrentar as alterações verificadas<br />
ao nível da organização familiar, <strong>do</strong> trabalho, das relações intergeracionais, <strong>do</strong>s ritmos<br />
<strong>de</strong> vida, e criar as nossas próprias <strong>de</strong>fesas por fim a evitar a exclusão social <strong>de</strong> que<br />
muitos são vítimas.<br />
Este fenómeno é para<strong>do</strong>xal, pois, se por um la<strong>do</strong> o contributo das novas<br />
possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> circulação e <strong>de</strong> acesso a bens e serviços constituem ganhos<br />
importantes, já o alastramento aparente contraditório da solidão psicológica e social<br />
impôs dramas sociais inéditos (Carvalho, 2004). Este foi apenas um exemplo <strong>de</strong> como<br />
este novo paradigma po<strong>de</strong> ser benéfico para uns mas prejudicial para outros.<br />
O <strong>de</strong>senvolvimento da educação social pren<strong>de</strong>-se com uma agudização <strong>do</strong>s<br />
fenómenos <strong>de</strong> exclusão social. Geralmente o facto <strong>de</strong> não ter residência permanente é<br />
Escola Superior <strong>de</strong> Educação Página | 33