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Administração de Empresas em Revista - Unicuritiba

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Maria Henriqueta Sperandio Garcia Gimenes<br />

Com exceção <strong>de</strong> três entrevistados, todos os homens que associaram<br />

a casa noturna a uma imag<strong>em</strong> <strong>de</strong>preciativa, tratando-a como “um<br />

estabelecimento voltado ao sexo” ou ainda um espaço <strong>de</strong>dicado ao “lazer<br />

masculino”. Tanto bares quanto casas noturnas foram consi<strong>de</strong>rados pelos<br />

<strong>de</strong>mais como espaços agradáveis, <strong>de</strong>scontraídos e freqüentados por<br />

pessoas <strong>de</strong> ambos os sexos. Se parece não haver consenso quanto às<br />

concepções e <strong>de</strong>finições <strong>de</strong>sses dois tipos <strong>de</strong> estabelecimento, tendo <strong>em</strong><br />

vista a confusão <strong>de</strong> muitos entrevistados no momento <strong>de</strong> caracterizar e<br />

diferenciar bares <strong>de</strong> casas noturnas (confusão agravada pelas próprias<br />

publicações especializadas que ten<strong>de</strong>m a tratar tais estabelecimentos<br />

como sinônimos), não houve divergências no momento <strong>de</strong> associar bares<br />

e casas noturnas ao prazer.<br />

As diferentes formas <strong>de</strong> prazer, como o encontro entre amigos,<br />

dos jogos <strong>de</strong> sedução, da <strong>de</strong>gustação <strong>de</strong> comidas e bebidas e <strong>de</strong> uma<br />

atmosfera <strong>de</strong> diversão e <strong>de</strong>scontração, terminaram por evi<strong>de</strong>nciar bares<br />

e casas noturnas como lugares agradáveis, propícios para ser<strong>em</strong> freqüentados<br />

nos momentos liberados do trabalho, tornando-os também espaços<br />

<strong>de</strong> lazer.<br />

Dumazedier (1989, p. 169) acredita que “[...] o espaço <strong>de</strong> lazer,<br />

tanto quanto espaço cultural, é um espaço social on<strong>de</strong> se entabulam relações<br />

específicas entre seres, grupos, meios e classes.” Isso permite a<br />

prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s livr<strong>em</strong>ente escolhidas <strong>em</strong> um ambiente que propicia<br />

o contato entre as pessoas. Sobre a idéia do lazer <strong>em</strong> si, o mesmo autor<br />

(2000, p. 34) escreve:<br />

O lazer é um conjunto <strong>de</strong> ocupações às quais o indivíduo po<strong>de</strong> entregar-se<br />

<strong>de</strong> livre vonta<strong>de</strong>, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se,<br />

entreter-se ou, ainda, para <strong>de</strong>senvolver sua informação ou<br />

formação <strong>de</strong>sinteressada, sua participação social voluntária ou a sua<br />

livre capacida<strong>de</strong> criadora após livrar-se ou <strong>de</strong>s<strong>em</strong>baraçar-se das<br />

obrigações profissionais, familiares e sociais.<br />

Embora historicamente o lazer tenha sido consi<strong>de</strong>rado durante muito<br />

t<strong>em</strong>po um antagonista do trabalho, atualmente importantes estudiosos do<br />

fenômeno lazer, como Dumazedier (1989), Marcellino (1995) e Camargo<br />

(1998), <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m o fim <strong>de</strong>ssa dicotomia. Enfatizam o lazer como uma<br />

forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do indivíduo, não apenas um momento <strong>de</strong> recuperação<br />

<strong>de</strong> força física, mas também mental, representando a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> habilida<strong>de</strong>s pessoais que o individuo não<br />

exercita habitualmente <strong>em</strong> suas ativida<strong>de</strong>s laborais.<br />

Adm. <strong>de</strong> Emp. <strong>em</strong> <strong>Revista</strong>, Curitiba, n. 4, p. 55-75, 2005.<br />

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