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Administração de Empresas em Revista - Unicuritiba

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Adm. <strong>de</strong> Emp. <strong>em</strong> <strong>Revista</strong>, Curitiba, n. 4, p. 55-75, 2005.<br />

Olhares Cont<strong>em</strong>porâneos sobre Consumo <strong>em</strong> Bares ...<br />

Justamente sobre a questão da familiarida<strong>de</strong> ou fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> a esses<br />

estabelecimentos, verificou-se durante a pesquisa a predisposição<br />

dos entrevistados <strong>em</strong> conhecer novos estabelecimentos ou <strong>em</strong> continuar<br />

freqüentando os já conhecidos e aprovados. A maioria dos entrevistados<br />

afirmou preferir lugares já conhecidos ou recomendados por amigos, reforçando<br />

o caráter hedonístico do lazer, no sentido <strong>de</strong> aproveitar da forma<br />

mais agradável possível o t<strong>em</strong>po disponível, b<strong>em</strong> como <strong>de</strong> buscar proteger-se,<br />

pelo processo <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lização, das eventuais frustrações que possam<br />

ser causadas pelas novas experiências. Observa-se que alguns dos<br />

entrevistados afirmaram que até po<strong>de</strong>riam ir a um local <strong>de</strong>sconhecido e<br />

sobre o qual tivess<strong>em</strong> pouca ou nenhuma referência. Entretanto, se valeriam<br />

da companhia <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> amigos para tal intento, por acreditar<strong>em</strong><br />

que os freqüentadores são responsáveis pela atmosfera <strong>de</strong> um bar<br />

ou casa noturna.<br />

Poucos entrevistados se mostraram <strong>de</strong>liberadamente interessados<br />

<strong>em</strong> freqüentar um novo estabelecimento. Os que mantiveram esse<br />

posicionamento justificaram sua opção por conta <strong>de</strong> características da<br />

própria personalida<strong>de</strong> ou pelo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conhecer o que está na moda 12 .<br />

A idéia <strong>de</strong> freqüentar um estabelecimento que está sendo prestigiado pela<br />

mídia ou por um <strong>de</strong>terminado grupo <strong>de</strong> freqüentadores parece <strong>de</strong>spertar<br />

um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> integração não só com os <strong>de</strong>mais freqüentadores, mas também<br />

com os valores (glamour, riqueza, mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, intelectualida<strong>de</strong>,<br />

in<strong>de</strong>pendência,..) incorporados por aquele estabelecimento.<br />

Deve-se observar, porém, um movimento <strong>de</strong> muitos bares e casas<br />

noturnas que, mesmo voltados para um perfil específico <strong>de</strong> freqüentares,<br />

procuram diversificar suas ofertas <strong>de</strong> produtos e atrativos ao longo da<br />

s<strong>em</strong>ana, dando uma nova i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> ao estabelecimento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do<br />

dia. Acompanhando a própria diversida<strong>de</strong> dos estabelecimentos, os consumidores<br />

terminam por <strong>de</strong>senvolver preferências, freqüentando certo estabelecimento<br />

<strong>em</strong> <strong>de</strong>terminado dia da s<strong>em</strong>ana. Apesar <strong>de</strong> três entrevistados<br />

<strong>de</strong>clarar<strong>em</strong> que essa preferência vinculada ao dia da s<strong>em</strong>ana não<br />

<strong>de</strong>va ser consi<strong>de</strong>rada no caso dos bares, a maioria as elabora com base<br />

12 Para Lipovestsky (2001, p. 39-40) moda é “[...] um sist<strong>em</strong>a original <strong>de</strong> regulação e <strong>de</strong><br />

pressão sociais: suas mudanças apresentam um caráter constrangedor, são<br />

acompanhadas <strong>de</strong> “<strong>de</strong>ver” <strong>de</strong> adoção e <strong>de</strong> assimilação, impõ<strong>em</strong>-se mais ou menos<br />

obrigatoriamente a um meio social <strong>de</strong>terminado – tal é o “<strong>de</strong>spotismo” da moda tão<br />

freqüent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>nunciado ao longo dos séculos. Despotismo muito particular já que<br />

s<strong>em</strong> sanção maior, a não ser o riso, a zombaria e a reprovação dos cont<strong>em</strong>porâneos.

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