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Relatório de Estágio<br />
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um to<strong>do</strong>, enquanto que os órgãos, teci<strong>do</strong>s, células e estruturas sub-celulares têm<br />
envelhecimentos diferencia<strong>do</strong>s (Cancela, 2007).<br />
Vicente (2007) sublinha a ideia que a velhice se manifesta de forma particular de<br />
indivíduo para indivíduo em função <strong>do</strong>s percursos pessoais e espaço social de inserção.<br />
Mas estas limitações não impedem o desenvolvimento de uma vi<strong>da</strong> plena, pois devi<strong>do</strong><br />
aos avanços médicos, a velhice pode ser encara<strong>da</strong> de uma forma saudável, sem <strong>do</strong>enças<br />
graves e problemáticas, o que faz com que os i<strong>do</strong>sos cheguem a i<strong>da</strong>des muito avança<strong>da</strong>s<br />
ain<strong>da</strong> autónomos e lúci<strong>do</strong>s.<br />
1.4 Dimensão social<br />
O isolamento, a inactivi<strong>da</strong>de e a atitude regressiva perante a socie<strong>da</strong>de são factores que<br />
afectam os i<strong>do</strong>sos.<br />
Com o desaparecimento progressivo de pessoas queri<strong>da</strong>s, como parentes e amigos, o i<strong>do</strong>so vai<br />
sentin<strong>do</strong>-se ca<strong>da</strong> vez mais só e mais relega<strong>do</strong>. O sentimento de solidão e de me<strong>do</strong> <strong>do</strong> futuro é<br />
traduzi<strong>do</strong> com frequência pelo desalento e pelo desinteresse tanto pela vi<strong>da</strong> como por temas<br />
relaciona<strong>do</strong>s com o cui<strong>da</strong><strong>do</strong> pessoal, com a higiene e a alimentação.<br />
A solidão é um <strong>do</strong>s maiores inimigos <strong>do</strong> homem e pode ser a causa de muitas <strong>do</strong>enças e<br />
distúrbios psíquicos. Sentir-se só fragiliza, deprime e entristece. O maior problema não é tanto<br />
o viver só, nem o estar só mas sim o sentir-se só (Geis, 2003).<br />
Segun<strong>do</strong> Cagigal cita<strong>do</strong> por Geis, (2003: 30) o “homem é um ser social, pois é feito para a<br />
relação com outros homens. Dois antropólogos tão distintos como M.Mead e Lévi-Strauss<br />
concor<strong>da</strong>m em certas grandes constantes humanas nas relações entre as pessoas: a<br />
necessi<strong>da</strong>de de companhia, <strong>da</strong> compaixão, a capaci<strong>da</strong>de de compreensão, a importância de<br />
tolerar, a necessi<strong>da</strong>de e o desejo de comunicar, constituição <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> comunitária […]”.<br />
Nas culturas pré modernas acreditava-se que a velhice trazia sabe<strong>do</strong>ria e conhecimento, o que<br />
não acontece nos dias de hoje, em que “o senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> envelhecimento passou de uma<br />
concepção gerontocrática <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> para uma juvenilização, numa transição de <strong>do</strong>mínio e<br />
poder <strong>do</strong>s i<strong>do</strong>sos para uma hipervalorização <strong>do</strong>s estilos juvenis que acarreta o risco de<br />
desvalorizar o papel <strong>da</strong>s gerações mais velhas na socie<strong>da</strong>de actual” (Osório 2007: 8).<br />
Marta Capelo 8