Relatório de Estágio ____________________________________________________________________________________ Tanto o lazer como o ócio necessitam de tempo livre. A diferença está, segun<strong>do</strong> Rodrigues (2002), no contexto de liber<strong>da</strong>de. Ora, o termo lazer engloba activi<strong>da</strong>des que dedicamos a nós próprios, depois de cumprirmos as obrigações de trabalho (ou seja, nos momentos de lazer podemo-nos divertir, descansar, estu<strong>da</strong>r ou até mesmo trabalhar). O significa<strong>do</strong> de lazer inclui portanto as seguintes ideias: “aproveitar o tempo livre, esta<strong>do</strong> de permissão, de disponibili<strong>da</strong>de e de liber<strong>da</strong>de”. Já o termo ócio surge como a diminuição <strong>do</strong> horário de trabalho, quan<strong>do</strong> um tempo vazio surge na vi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s indivíduos. Porém este tempo não pode ser apeli<strong>da</strong><strong>do</strong> de tempo livre, sen<strong>do</strong> apenas um espaço temporal disponível. O ócio refere-se à não obrigação ou não trabalho, significan<strong>do</strong> “o que está permiti<strong>do</strong>” (latim- licere), (Coelho, s.d). Na terceira i<strong>da</strong>de tu<strong>do</strong> se transforma em tempo de não trabalho e em tempo livre, acarretan<strong>do</strong> várias consequências para o i<strong>do</strong>so, entre as quais se destacam as seguintes: terminus <strong>da</strong> fonte de relação com um grupo social, existência de situações e de sensações de solidão, fácil ocorrência de situações depressivas, rejeição <strong>da</strong> nova situação, etc. É importante, então, que o tempo de ócio seja distribuí<strong>do</strong> de tal forma que permita o preenchimento <strong>do</strong> espaço vazio, através <strong>da</strong> realização de activi<strong>da</strong>des gratificantes. Deve-se, desta forma, aprender a valorizar o tempo livre e a aproveitá-lo. Começan<strong>do</strong>-se, desde logo na infância, onde se devem criar alguns hábitos para a realização de activi<strong>da</strong>des gratificantes e compensatórias que ocupem o tempo livre. Entre as barreiras que impossibilitam a concretização <strong>do</strong> ideal <strong>do</strong> lazer podemos citar: os estereótipos, o tempo disponível, o acesso a espaços de lazer e o factor económico. Para Malo cita<strong>do</strong> por Geis, (2003) “as activi<strong>da</strong>des de tempo livre estão muito condiciona<strong>da</strong>s à capaci<strong>da</strong>de económica, à classe social à qual se pertence, à cultura e à educação que se possui, aos hábitos e à saúde”. A Carta Internacional <strong>da</strong> Educação para o Lazer <strong>da</strong> Wold Leisure e Recreaction Association (1993) iguala o lazer a outros direitos humanos como a educação, o trabalho e a saúde. No seu artigo 2.4 consagra-se que “o lazer é um direito humano fun<strong>da</strong>mental, tal como a educação, o trabalho e a saúde, e ninguém devia ser priva<strong>do</strong> desse direito por questões de género, orientação sexual, i<strong>da</strong>de, raça, religião, esta<strong>do</strong> de saúde, incapaci<strong>da</strong>de ou situação económica”. Marta Capelo 11
Relatório de Estágio ____________________________________________________________________________________ Para Osório (2007)., a melhor maneira de encarar a terceira i<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ponto de vista <strong>da</strong> educação é através <strong>do</strong>s tempos livres. A planificação de acções educativas orienta<strong>da</strong>s para o lazer e destina<strong>da</strong>s a este grupo etário, tornam o tempo livre mais satisfatório. A pe<strong>da</strong>gogia <strong>do</strong> lazer deverá estabelecer linhas de investigação que combinem os desejos, interesses e aspirações desta população. Marta Capelo 12