Petrologia de rochas alcalinas, cálcio-alcalinas e toleíticas ... - CPRM
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VII.4.6 - Petrogênese<br />
As texturas geralmente metamórficas (granoblásticas), submetidas a<br />
esforços cisalhantes, dificultam a recuperação <strong>de</strong> estruturas primárias. Em alguns<br />
exemplares são observados cristais maiores <strong>de</strong> microclina parcialmente<br />
contornados por uma foliação metamórfica marcada principalmente por palhetas<br />
<strong>de</strong> mica e minerais félsicos cominuidos. A composição é granítica dos campos 3a<br />
e 3b (Streckeisen 1976). Em algumas lâminas observa-se moscovita idiomórfica<br />
com aspecto <strong>de</strong> mineral primário em contato com biotita (HV497). A granada<br />
ocorre sob a forma <strong>de</strong> pequenos cristais transformados parcialmente em biotita <strong>de</strong><br />
segunda geração (Fe-biotita). A grafita foi i<strong>de</strong>ntificada em um exemplar.<br />
Apesar <strong>de</strong>stas cracterísticas mineralógicas, comuns em granitos do tipo S,<br />
parâmetros petroquímicos indicam para o conjunto um caráter metaluminoso,<br />
sugerindo protólito ígneo do tipo Granito I na concepção <strong>de</strong> Chapell & White<br />
(1974). Baixos valores <strong>de</strong> Rb e K também contrariam uma origem a partir da fusão<br />
<strong>de</strong> material peraluminoso. Os parâmetros <strong>de</strong> ETR, no entanto, apontam noutro<br />
sentido. As pronunciadas anomalias negativas <strong>de</strong> Eu e a forte <strong>de</strong>pleção em ETRP,<br />
com valores <strong>de</strong> YbN inferiores a 5 vezes o condrito, dificultam o entendimento <strong>de</strong><br />
uma origem por diferenciação direta <strong>de</strong> magmas mantélicos.<br />
Na figura VII.48 apresenta-se tres padrões para comparação. O padrão “b”<br />
mostra os granitos potássicos pós-arqueanos (Martin, 1987), on<strong>de</strong> o perfil é<br />
semelhante ao dos granitói<strong>de</strong>s das mo<strong>de</strong>rnas margens continentais ativas, com<br />
ETRL bastante fracionados, ETRP pouco inclinados entre 10 e 20 vezes o padrão<br />
condrítico, além <strong>de</strong> fortes anomalias negativas <strong>de</strong> Eu. As <strong>rochas</strong> em estudo não<br />
mostram um comportamento similar ao padrão apresentado por Martin (1987) e,<br />
consequentemente, não têm uma origem comum, especialmente <strong>de</strong>vido à forte<br />
<strong>de</strong>pleção em ETRP.<br />
O padrão “c” foi obtido por Silva et al. (1982) para leucossomas e<br />
granitói<strong>de</strong>s tipo S do Complexo Paraíba do Sul, encontrados no Espírito Santo.<br />
Note-se a semelhança com as assinaturas das <strong>rochas</strong> <strong>de</strong>ste estudo.<br />
O padrão “a” (figura VII.48) baseia-se em dados experimentais <strong>de</strong> fusão<br />
parcial <strong>de</strong> grauvacas metamorfisadas na fácies anfibolito (Hanson, 1980). Este<br />
padrão mostra diferenças significativas no comportamento dos ETRP do material<br />
original pré-fusão (curva 2) e do fundido sem resíduo (curva 4) com todos os<br />
intervalos possíveis entre estes dois extremos, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão das misturas<br />
fundido-resíduo. A partir da fusão parcial <strong>de</strong> metagrauvaca (F=40%), o resíduo<br />
anfibolítico terá a composição <strong>de</strong> quartzo + plagioclásio + hornblenda + granada +<br />
apatita + zircão (Hanson, 1980). Esta fusão <strong>de</strong> 40% ocorre durante o<br />
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