Petrologia de rochas alcalinas, cálcio-alcalinas e toleíticas ... - CPRM
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• Petrogênese<br />
Alguns mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong>m ser apresentados para a gênese dos granulitos<br />
intermediários e ácidos: a) granulitização <strong>de</strong> crosta TTG pela ação <strong>de</strong> fluidos<br />
carbônicos; b) fusão parcial hidratada <strong>de</strong> metabasaltos (anfibolitos) toleíticos; c)<br />
fracionamento <strong>de</strong> material mantélico, com diferenciação <strong>de</strong> basaltos a tonalitos,<br />
com termos intermediários em sílica presentes, em condições <strong>de</strong> fácies granulito.<br />
A hipótese “a” po<strong>de</strong> ter ocorrido em zonas localizadas na presença <strong>de</strong><br />
fluidos. A hipótese “c” parece pouco provável, visto constituir uma série contínua<br />
entre os extremos básico-ácido, aparentemente não caracterizada.<br />
Segundo Clemens (1992) o metamorfismo granulítico, na ausência <strong>de</strong><br />
fluido, sobre um protólito hidratado (metapelito, anfibolito ou <strong>rochas</strong> quartzofeldspáticas<br />
ricas em biotita ou hornblenda) gera magmas graníticos e restito<br />
granulítico rico em granada, plagioclásio e piroxênio, caracterizando uma crosta<br />
diferenciada. As reações <strong>de</strong> fusão aconteceriam acima <strong>de</strong> 800ºC, geralmente no<br />
intervalo <strong>de</strong> 850-950ºC. Este processo po<strong>de</strong>ria ter relação com a gênese das<br />
<strong>rochas</strong> granulíticas félsicas da Suíte Metamórfica São Bento dos Torres e<br />
granitói<strong>de</strong>s das associações TTG e Granítica <strong>de</strong>ste estudo.<br />
Os padrões <strong>de</strong> ETR mostrados na figura VII.27 são similares ao padrão dos<br />
gnaisses en<strong>de</strong>rbíticos do Complexo Itabuna (Silva, 1991), dos gnaisses do<br />
Complexo Caraiba (Figueiredo, 1981) e <strong>de</strong> gnaisses intermediários do sul da<br />
Finlândia (Arth, 1979), este último com padrão <strong>de</strong> ETRP mais inclinado (ver<br />
<strong>de</strong>staque 1 na figura VII.38). Anomalias negativas <strong>de</strong> Eu sugerem fracionamento<br />
<strong>de</strong> plagioclásio ou incremento da fugacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio (Hanson, 1980), uma vez<br />
que feldspato potássico não foi uma fase importante para justificar estas<br />
anomalias. A presença <strong>de</strong> hornblenda e piroxênios também po<strong>de</strong> explicar as<br />
anomalias negativas <strong>de</strong> Eu, já que esse elemento ficaria no resíduo. Proporções<br />
iguais <strong>de</strong> plagioclásio e clinopiroxênio ou 2:1 <strong>de</strong> plagioclásio e hornblenda<br />
produzirão fusões com anomalias <strong>de</strong> Eu negligenciáveis (Hanson, 1980), po<strong>de</strong>ndo<br />
uma <strong>de</strong>stas alternativas explicar as anomalias observadas nos granulitos<br />
intermediários <strong>de</strong>ste estudo. Os enriquecimentos em ETRL po<strong>de</strong>m ser sugeridos<br />
como resultantes da mineralogia da fusão/resíduo, da contaminação do magma<br />
TTG por material crustal ou <strong>de</strong> processos pós-magmáticos, tendo que se admitir<br />
neste caso mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ETRL.<br />
Os parâmetros petroquímicos revelam como feições particularmente<br />
importantes: o caráter metaluminoso; a função discriminante (DF) <strong>de</strong> Shaw (1972)<br />
positiva; o trend <strong>cálcio</strong>-alcalino nos diagramas KCN e AFM; o padrão <strong>de</strong> ETR<br />
similar a exemplos brasileiros e mundiais para ortognaisses TTG, com anomalias<br />
negativas <strong>de</strong> Eu; as variações das razões K/Ba (11,4 a 68,9) e Sr/Rb (1,0 a 10,1)<br />
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