Petrologia de rochas alcalinas, cálcio-alcalinas e toleíticas ... - CPRM
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A primeira dificulda<strong>de</strong> encontrada foi o enquadramento dos grupos São<br />
João <strong>de</strong>l Rei e Andrelândia neste mo<strong>de</strong>lo. Em primeiro lugar, por serem<br />
consi<strong>de</strong>rados correlatos e transicionais entre si (ver capítulo I.3 e Pinto, 1991) e<br />
ocuparem porções das províncias São Francisco e Tocantins (Faixa Alto Rio<br />
Gran<strong>de</strong>). Em segundo lugar, por serem formados essencialmente por <strong>rochas</strong><br />
metassedimentares (metaígneas subordinadas), com metamorfismo variando <strong>de</strong><br />
xisto ver<strong>de</strong> a granulito/retroeclogito (Trouw, 1992), o que torna impraticável situálos<br />
em um <strong>de</strong>terminado nível crustal. Se levarmos em conta apenas o protólito<br />
sedimentar, <strong>de</strong>veríamos posicioná-los na crosta superior (sediment layer) mas o<br />
metamorfismo remete o Grupo Andrelândia até a crosta inferior<br />
granulítica/eclogítica. Acrescente-se ainda a ativida<strong>de</strong> magmática associada<br />
(plutonismo granítico, metabasitos e metaultrabasitos). Estas questões são<br />
válidas, também, para as seqüências vulcanossedimentares do tipo greenstone ou<br />
não, que <strong>de</strong>veriam ser consi<strong>de</strong>radas supracrustais pelo posicionamento crustal<br />
original mas que chegaram a crosta intermediária pelo metamorfismo. É o caso,<br />
por exemplo, do Supergrupo Rio das Velhas, do Grupo Dom Silvério, do Complexo<br />
Santo Antônio do Pirapetinga.<br />
Além <strong>de</strong>ssas, outras questões <strong>de</strong>verão ser respondidas. O que, ou quem<br />
representa a infra-estrutura e a supraestrutura da crosta em cada um <strong>de</strong>stes<br />
domínios e a que época? Neste ponto, po<strong>de</strong> entrar ainda a discussão do que é<br />
cráton e on<strong>de</strong> estabelecer seu limite em relação às faixas móveis que o envolvem.<br />
Questões <strong>de</strong>ste tipo foram levantadas por Brito Neves & Alkmim (1993), Brito<br />
Neves (1993), Valeriano et al. (1993).<br />
Tentando-se minimizar ou contornar tais questões optou-se por dividir a<br />
região em dois domínios: a) um Domínio Cratônico, que com conteria basicamente<br />
a Província Geotectônica ou Cráton do São Francisco; b) um Domínio das Faixas<br />
Móveis Proterozóicas. O limite entre estes domínios é questão <strong>de</strong> disputa ainda<br />
nos dias atuais. Não raro, unida<strong>de</strong>s geológicas integram mais <strong>de</strong> um domínio, ou<br />
inserem-se em uma zona <strong>de</strong> transição. Nesta situação estão o Complexo<br />
Ressaquinha, o Complexo Barbacena, o Grupo São João <strong>de</strong>l Rei. Também<br />
questionável é o posicionamento da Suíte Metamórfica São Bento dos torres, do<br />
Complexo Alcalino Mercês-Ubari e dos granitói<strong>de</strong>s Silveirânia e Palestina. É<br />
bastante provável, entretanto, que neste último caso as unida<strong>de</strong>s marquem o<br />
limite entre dois blocos crustais paleoproterozóicos.<br />
As incertezas das ida<strong>de</strong>s dos litótipos constituintes das diversas faixas<br />
móveis e dos limites entre tais faixas, nos levaram a tratá-las num contexto global,<br />
visto não ser objeto <strong>de</strong>ste estudo discutir estes aspectos.<br />
Com os trabalhos <strong>de</strong> Ebert, Rosier e Barbosa a partir da década <strong>de</strong> 50 e <strong>de</strong><br />
Brandalise, Silva e colaboradores nas décadas <strong>de</strong> 70 e 80 (ver Seção I.3)<br />
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