Petrologia de rochas alcalinas, cálcio-alcalinas e toleíticas ... - CPRM
Petrologia de rochas alcalinas, cálcio-alcalinas e toleíticas ... - CPRM
Petrologia de rochas alcalinas, cálcio-alcalinas e toleíticas ... - CPRM
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Sabe-se que <strong>rochas</strong> <strong>alcalinas</strong> são encontradas em ilhas oceânicas, em<br />
riftes continentais, em crosta continental atenuada, em complexos anelares<br />
intracon-tinentais e em ambientes pós-orogênicos envolvendo colisões arco-arco<br />
ou arco-continente (Eby, 1990), todos <strong>de</strong> caráter não-orogênico.<br />
As ilhas oceânicas mostram tipos basálticos com diferenciados até o<br />
traquito, sienito, comendito. Nos riftes continentais predominam <strong>rochas</strong> félsicas<br />
(sienitos, quartzo sienitos, biotita granitos, granitos peralcalinos, comenditos);<br />
diques anelares félsicos ou máficos e lavas máficas são subordinados. Em crosta<br />
continental atenuada ocorrem pilhas vulcânicas basálticas cortadas por complexos<br />
intrusivos máficos ou félsicos. Os complexos anelares mostram sienitos, riolitos,<br />
granitos. Em ambiente pós-orogênico ocorrem principalmente granitos alcalinos<br />
com variação até quartzo sienitos (Eby, 1990).<br />
A origem das suites graníticas tipo-A po<strong>de</strong> ser explicada por um dos três<br />
processos sintetizados por Eby (1990): 1) fracionamento <strong>de</strong> um magma basáltico<br />
mantélico produzindo diferenciados ricos em álcalis (Loiselle & Wones, 1979); 2)<br />
soluções <strong>de</strong> estágios tardios ricas em alcalis, F e Cl interagindo com o magma<br />
residual ou metassomaticamente com granitos pré-existentes (Taylor et al., 1981;<br />
Harris et al., 1986); 3) fusão <strong>de</strong> <strong>rochas</strong> metamórficas félsicas <strong>de</strong> alto grau, da qual<br />
uma fase fundida prévia foi extraída (Collins et al., 1982; Clemens et al., 1986).<br />
Outros autores, como Arth & Hanson (1975) consi<strong>de</strong>ram a possibilida<strong>de</strong> da<br />
geração <strong>de</strong> sienitos a partir da fusão parcial <strong>de</strong> eclogito e granada peridotito a<br />
profundida<strong>de</strong> mantélica. Harris & Inger (1992) admitem fundidos alcalinos <strong>de</strong> alto<br />
K produzidos por altas frações <strong>de</strong> fusão parcial incongruente <strong>de</strong> biotita, na<br />
presença <strong>de</strong> vapor, a partir <strong>de</strong> fonte metapelítica, o que não parece o caso em<br />
estudo. Entretanto, nenhum mo<strong>de</strong>lo petrogenético explica satisfatoriamente a<br />
origem <strong>de</strong>stas suites. A questão-chave é a origem dos halogênios (F, Cl), se<br />
provenientes <strong>de</strong> fontes mantélicss ou crustal (fracionamento <strong>de</strong> anfibólio ou<br />
biotita), mas geralmente em concentrações elevadas. Entretanto, como soluções<br />
tardias po<strong>de</strong>m mobilizar os hologênios, inferências baseadas em química <strong>de</strong><br />
rocha-total <strong>de</strong>vem ser tratadas com cautela (Eby, 1990). A mobilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
elementos químicos, consequência da percolação <strong>de</strong> fluidos ricos em halogênios,<br />
po<strong>de</strong> alterar significativamente razões entre elementos, tornando-os <strong>de</strong> pouco<br />
valor como indicadores petrogenéticos.<br />
O processo 1, <strong>de</strong>fendido por Loiselle & Wones (1979) e outros autores,<br />
está sendo apresentado no capítulo VII.5.8.1. O processo 3, <strong>de</strong>fendido por Collins<br />
et al. (1982) e seus seguidores, é discutido a seguir. Os outros mo<strong>de</strong>los não serão<br />
discutidos por não existirem evidências fortes <strong>de</strong> terem ocorrido. O processo<br />
<strong>de</strong>fendido por Collins et al. (1982), Clemens et al. (1986), Whalen et al. (1987) e<br />
125