Daniel e Apocalipse - Vol. 1 - Daniel.pages - Mensagens dos 3 anjos
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<strong>Daniel</strong> e <strong>Apocalipse</strong> – <strong>Vol</strong>. 1 – <strong>Daniel</strong><br />
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Note-se que pouco depois de 508, o paganismo tinha de tal modo<br />
declinado e o catolicismo havia adquirido tanta força, que pela primeira<br />
vez a Igreja Católica travou com êxito uma guerra, tanto contra a<br />
autoridade civil do império quanto contra a igreja do oriente, que tinha<br />
na maioria abraçado a doutrina monofisista, que Roma tinha por heresia.<br />
O zelo <strong>dos</strong> partidários culminou num torvelinho de fanatismo e guerra<br />
civil, que varreu Constantinopla com fogo e sangue. O resultado foi o<br />
extermínio de 65.000 hereges. Uma citação de Gibbon, tirada de seu<br />
relato <strong>dos</strong> eventos ocorri<strong>dos</strong> entre 508 e 518, demonstrará a intensidade<br />
de tal guerra:<br />
“Foram quebradas as estátuas do imperador, e este teve que esconderse<br />
em pessoa num subúrbio até que, no fim de três dias, atreveu-se a<br />
implorar a misericórdia de seus súditos. Sem a diadema e na postura de um<br />
suplicante, Anastácio apresentou-se no trono do circo. Os católicos cantaram<br />
em sua face o que lhes era o verdadeiro Trisságio e se alegraram pelo<br />
oferenda (que ele proclamou pela voz de um arauto) de abdicar a púrpura.<br />
Escutaram a advertência de que, visto que to<strong>dos</strong> não podiam reinar, deviam<br />
estar previamente de acordo na eleição de um soberano, e aceitaram o<br />
sangue de dois ministros impopulares, os quais seu amo, sem vacilar,<br />
condenaram aos leões. Estas revoltas furiosas mas passageiras eram<br />
estimuladas pelo êxito de Vitalino que, com um exército de hunos e<br />
búlgaros, na maioria idólatras, declarou-se campeão da fé católica. Nesta<br />
pie<strong>dos</strong>a rebelião despovoou a Trácia, cercou Constantinopla, exterminou<br />
65.000 cristãos até obter o relevo <strong>dos</strong> bispos, a satisfação do papa, e o<br />
estabelecimento do concílio de Calcedônia, um tratado ortodoxo, assinado<br />
de má vontade pelo moribundo Anastácio, e executado mais fielmente pelo<br />
tio de Justiniano. Tal foi o desenrolar da primeira das guerras religiosas que<br />
se travaram em nome e pelos discípulos do Deus da paz.” (Eduardo Gibbon,<br />
The Decline and Fall of the Roman Empire, vol. 4, cap. 47, pág. 526).<br />
Cremos ter deixado claro que o contínuo foi tirado em 508. Isso<br />
ocorreu como preparatório para o estabelecimento do papado, que foi um<br />
evento separado e subseqüente, do que a narrativa profética agora nos<br />
leva a falar.