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Download PDF — Crônicas Vampirescas -02 – O Vampiro Lestat

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Eu estava abaixado de joelhos e curvado. Segurava a tocha abaixada com a<br />

mão esquerda e minha cabeça foi descendo em direção ao sangue, minha língua<br />

esticava-se para fora como a língua de um lagarto. Ela roçou pelo sangue no chão.<br />

Tremores de êxtase. Oh, adorável demais!<br />

Estava eu fazendo aquilo? Estava lambendo aquele sangue a menos de<br />

cinco centímetros daquele corpo morto? Estava meu coração palpitando com<br />

cada lambida, a menos de cinco centímetros daquele jovem morto que Magnus<br />

levara para lá, assim como me levou? Aquele jovem que depois Magnus<br />

condenou à morte e não à imortalidade?<br />

A cela imunda tremeluzia intermitentemente como uma chama enquanto<br />

eu lambia o sangue. Os cabelos do homem morto tocavam minha testa. Seus<br />

olhos me fitavam como cristal partido.<br />

Por que eu não estava aprisionado naquela cela? Em que teste eu passara<br />

para não estar gritando agora enquanto sacudia as barras, com o horror que eu<br />

antevira na estalagem da aldeia e que me encurralara aos poucos?<br />

As pulsações do sangue passavam por meus braços e pernas. E o som que<br />

eu ouvia <strong>—</strong> aquele som magnífico tão cativante quanto o carmim do sangue, o<br />

azul dos olhos do jovem, as asas cintilantes das moscas, o rastejante corpo opalino<br />

dos vermes, o brilho da tocha <strong>—</strong> era o do meu próprio grito, rude e gutural.<br />

Deixei a tocha cair e recuei de joelhos com muito esforço, esbarrando no

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