DRAMÁTICA NARRATIVA - Leia Brasil

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mostrou por lhe dizer eu que o chamavam velhaco! Dei-lhe na balda! Vejamos
no que dá tudo isto. Segui-lo-ei de longe até que se encontre com Negreiro;
deve ser famoso o encontro. Ah, ah, ah! (Toma o chapéu e sai.)
É como eu te digo.
Tu não gostas nada dele?
Aborreço-o.
CENA NA IX IX IX (43)
Entra CECÍLIA e MARIQUINHA.
MARIQUINHA, entrando
CECÍLIA
MARIQUINHA
CECÍLIA
Ora, deixa-te disso. Ele não é rico?
Dizem que muito.
MARIQUINHA
CECÍLIA
Pois então? Casa-te com ele, tola.
MARIQUINHA
Mas, Cecília, tu sabes que eu amo o meu primo.
CECÍLIA
E o que tem isso? Estou eu que amo a mais de um, e não perderia um tão bom
casamento como o que agora tens. É tão belo ter um marido que nos dê carruagens,
chácara, vestidos novos pra todos os bailes... Oh, que fortuna! Já ia sendo
feliz uma ocasião. Um negociante, destes pé-de-boi, quis casar comigo, a
ponto de escrever-me uma carta, fazendo a promessa; porém logo que soube
que eu não tinha dote como ele pensava, sumiu-se e nunca mais o vi.
MARIQUINHA
E nesse tempo amavas a alguém?
CECÍLIA
Oh, se amava! Não faço outra coisa todos os dias. Olha, amava ao filho de dª.
Joana, aquele tenente, amava aquele que passava sempre por lá, de casaca
verde; amava...
MARIQUINHA
Com efeito! E amavas a todos?
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43. A cena que se segue é reveladora
dos costumes femininos da
época e, ao mesmo tempo, introduz
uma personagem que fez
avançar o moralismo da sociedade
do século XIX. Cecília é avançada
para sua época. Sua liberalidade
em relação ao namoro é o
oposto – quase uma transgressão
– das posições de Mariquinha. E,
com a saída de Felício e a entrada
de Cecília e Mariquinha, o leito
central da narrativa sede lugar
ao acessório.