13.05.2013 Views

DRAMÁTICA NARRATIVA - Leia Brasil

DRAMÁTICA NARRATIVA - Leia Brasil

DRAMÁTICA NARRATIVA - Leia Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROPOSTA DE LEITURA DE MUNDO ATRAVÉS DA <strong>NARRATIVA</strong> <strong>DRAMÁTICA</strong><br />

MÚSICA<br />

Executando a trilha sonora<br />

A figura do operador da trilha sonora é da maior<br />

importância. Não devemos acreditar que basta chamar<br />

um amigo do grupo alguns dias antes da estréia e pedir<br />

que ele exerça esta função. A questão aqui não é somente<br />

acionar a aparelhagem, mas este técnico precisa estar<br />

absolutamente afinado com a progressão do espetáculo,<br />

com as nuances e sutilezas que estão presentes em cada<br />

representação teatral. Para tanto, o ideal é que este importante<br />

participante do fazer teatral acompanhe os ensaios<br />

e as discussões decorrentes desde o princípio dos<br />

ensaios.<br />

Para começar, existe a necessidade de que cada interferência<br />

musical deve entrar exatamente no momento indicado.<br />

Um pequeno atraso pode quebrar o ritmo cênico.<br />

Outra faculdade necessária é a leveza na mão do<br />

operador. Cada música tem um tom próprio, um volume<br />

certo, tanto na entrada quanto na saída da música.<br />

Tomemos o exemplo de uma explosão. Se entrar com<br />

retardo, vai tornar falsa toda a encenação que levou à<br />

sua conclusão. Se entrar com volume muito baixo também<br />

não dará o efeito desejado.<br />

A música especialmente composta<br />

Quando a música de um espetáculo é feita especialmente<br />

para ele, temos uma trilha autoral que tende a ser<br />

mais afinada com as intenções da direção. Não é uma<br />

afirmação de que será melhor que uma trilha de músicas<br />

já existentes no mercado. Mas o fato é que, sendo composta<br />

para o espetáculo, ela estará sendo autoral, diretamente<br />

ligada à dramaturgia.<br />

Dizem que é difícil compor canções. Bem, se fosse,<br />

não existiria tanta música por aí. Mas o mais importante<br />

em nosso assunto é que a música para o teatro não tem a<br />

exigência de ser “bonita”. Às vezes, de forma oposta, ela<br />

precisa ser “feia, mal tocada, até desafinada”. Tudo depende<br />

da situação em que ela vai ser colocada, depende<br />

de sua intenção na cena.<br />

Considero quase certo que em cada grupo, ou em<br />

cada escola, ou em cada quarteirão, existe alguém que<br />

tenha um violão, ou um teclado, ou um acordeão. Enfim,<br />

algum instrumento harmônico. É o suficiente. Se<br />

uma pessoa pode tocar música dos outros, ela pode perfeitamente<br />

ligar algumas notas que saiam de sua cabeça<br />

82<br />

dentro daquelas posições que ela sabe tocar. Temos o (a)<br />

nosso (a) compositor (a). Se for do grupo de teatro, melhor<br />

ainda. Mas se não for, basta fazer as músicas, ensaiar<br />

com o elenco e gravar. Na melhor das hipóteses, as<br />

músicas serão tocadas ao vivo com a presença dos músicos.<br />

E digo músicos no plural porque sei, por experiência<br />

própria, que várias pessoas do elenco poderão participar<br />

na parte da percussão. Alguém toca flauta doce?<br />

Alguma das músicas vai precisar de um solo melódico<br />

com flauta. E a parte do canto, essa é geral. Todos cantam,<br />

todos emitem sons.<br />

E, com a liberdade que o teatro propicia, ninguém<br />

precisa ter vergonha de não cantar como nossas cantoras<br />

profissionais. Se achar que desafina, pode participar na<br />

hora dos “efeitos especiais”. Esses efeitos podem ir de<br />

sons graves, para momentos de medo, a sirenes de polícia<br />

e ambulância, sons de insetos no mato... A lista é<br />

inesgotável.<br />

No caso desse compositor não ser do grupo e quiser<br />

tocar na peça, é preciso que ele firme um compromisso<br />

de estar sempre presente, pois uma vez que a peça<br />

for ensaiada com música ao vivo, dificilmente poderá<br />

acontecer sem a presença dos instrumentos.<br />

Esses instrumentos podem ser os mais estranhos.<br />

Qualquer objeto que produza som pode ser utilizado.<br />

Até a gravação da pulsação de um coração. Um material<br />

com bons resultados sonoros é a folha de flandres que,<br />

sacudida com força, produz uma inegável tempestade.<br />

Mas instrumentos caseiros são bem-vindos, de panelas a<br />

tamancos. Tudo que percute é som, e isso inclui o corpo<br />

humano. Pode-se perfeitamente fazer uma pequena orquestra<br />

de percussão com os pés. Basta ensaiar.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!