DRAMÁTICA NARRATIVA - Leia Brasil

PROPOSTA DE LEITURA DE MUNDO ATRAVÉS DA NARRATIVA DRAMÁTICA
DRAMATURGIA
utilizando do poder teatral
da aparência. Quando o
advogado enfrenta o júri,
argumentando a inocência
ou a culpa do réu,
ele se utiliza de vários
recursos teatrais para
persuadir os jurados e
os juízes dos seus argumentos.
Quando o jogador
de futebol é atingido
dentro da área e exagera nas
contorções de dor, tentando
induzir o árbitro a dar penalidade máxima, os torcedores
do time adversário o acusam de fazer uma encenação
teatral. Quando um sacerdote, da imponência do seu
altar, sob a luz colorida de vitrais, faz gestos amplos, ajoelha-se
e se penitencia de forma ritualística, dizendo palavras
profundas sobre a vida e a morte, está se utilizando
de elementos teatrais. Quando o político toma posse
em algum cargo e faz solene juramento, com a mão sobre
a Constituição ou sobre a Bíblia,
Divulgação
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em quadrinho e do cinema.
Embora não se possa dizer
que o brasileiro freqüente
o teatro, ele é familiarizado
com as narrativas
dramáticas, seja a telenovela,
o cinema, os
quadrinhos. Claro que
telenovela e cinema são
formas radicalmente distintas
do teatro, mas herdaram
do teatro, adaptandoo
às exigências da tela – pequena
ou grande –, a narrativa dramática, por sua vez, muito
diferente da narrativa literária.
Nós costumamos chamar estas formas de expressão,
ou linguagens – radionovela, cinema, quadrinhos, telenovela
– de narrativas dramáticas, todas surgidas a partir
de elementos originalmente do teatro que, surgido na
Grécia muitos séculos antes de Cristo, foi o pioneiro, o
precursor, o iniciador, o criador da narrativa dramática.
É quase incrível que, tendo sur-
de que vai trabalhar para a paz e a prosperidade
do seu povo, nós todos sabe- Nós costumamos
gido há quase dois mil e seiscentos
anos, o teatro vem despertando o inmos
que há elementos teatrais neste ri- chamar estas formas de teresse dos espectadores de todas as
tual. O teatro está tão disseminado nas expressão, ou linguagens – épocas, de todas as culturas e de to-
nossas práticas culturais que a sua uti- radionovela, cinema, das as línguas. É curioso também que
lização já se tornou rotineira, como téc- quadrinhos, telenovela – a arte teatral que vem sendo feita em
nica de comunicação dramática, em comerciais
de televisão e de rádio, assim
como na reconstituição de fatos reais
em programas jornalísticos.
O mais desinformado de nós já
deve ter ouvido algum capítulo de radionovela;
e a radionovela herdou
de narrativas dramáticas,
todas surgidas a partir de
elementos originalmente
do teatro que, surgido na
Grécia muitos séculos
antes de Cristo, foi o
todas essas épocas e culturas, seja realizada,
nos seus aspectos essenciais,
quase da mesma maneira como surgiu.
Isso deve ser um sinal de que ele
atinge o espectador não pelos aspectos
exteriores, que podem mudar de
país para país, de época para época,
muita coisa que era originalmente do pioneiro, o precursor, o mas por algo mais profundo, lá onde
teatro. A grande maioria de nós já viu iniciador, o criador da repousa esse mistério que faz de nós
filmes; o cinema herdou muita coisa narrativa dramática. seres humanos, um lugar não muito
que era originalmente do teatro e tam-
longe daquele onde brotam as sensabém
da radionovela. Vários de nós já
ções e emoções. Por isso se diz que o
lemos histórias em quadrinhos; e as histórias em quadri- teatro é um dos maiores meios de expressão humana, de
nhos herdaram muito do que era originalmente do tea- expressão da humanidade dos humanos – a redundante
tro, da radionovela e também do cinema. É difícil que reiteração tem sua razão de ser.
entre nós haja alguém que não tenha visto um capítulo Como o teatro não precisa de aparatos tecnológi-
de telenovela; pois a telenovela herdou muito do que cos, sem os quais não existiriam o rádio, o cinema e a
era originalmente do teatro, da radionovela, da história televisão, ele não alcança um grande número de pessoas