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DRAMÁTICA NARRATIVA - Leia Brasil

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PROPOSTA DE LEITURA DE MUNDO ATRAVÉS DA <strong>NARRATIVA</strong> <strong>DRAMÁTICA</strong><br />

MÚSICA<br />

Assim como na política, sabemos escolher o que<br />

nos serve e o que não queremos. Vamos sempre lembrar<br />

de uma música engraçada ou crítica, mesmo que não<br />

compremos o CD para ter em casa. Assim como nos<br />

lembraremos daquele candidato com nome engraçado<br />

ou daquele candidato corrupto.<br />

Tudo isto é para deixar bem marcado que a música é<br />

uma referência artística poderosa, mas é também um potente<br />

instrumento social de intercâmbio de opiniões e idéias.<br />

Se pensarmos retrospectivamente, chegaremos à conclusão<br />

de que todas as épocas marcantes de nossas vidas<br />

têm alguma música como pano de fundo. Ou de frente!<br />

Música nas artes<br />

Quase todas as atividades artísticas possuem alguma<br />

relação com a música. Na verdade, trata-se de<br />

mais que um mero contato esporádico. Tomemos o<br />

exemplo mais comum da televisão. Como produtor<br />

musical de uma rede de televisão durante mais de três<br />

anos, pude assistir a capítulos de novela antes que a<br />

música tivesse sido colocada. E garanto que seria impossível<br />

a existência de qualquer novela sem um esmerado<br />

trabalho musical. Tentem fazer um exercício<br />

prático ao assistir a qualquer capítulo de uma novela<br />

atual e imaginem que não há música nenhuma. A trama<br />

fica de uma aridez insuportável. Mas, falando em<br />

televisão, estamos tratando de um veículo menor no<br />

que se refere às artes.<br />

Já no cinema, com toda sua sofisticação e cuidado<br />

em sua produção, é até capaz de que algum filme apresente<br />

uma história sem nenhum som que não seja realista,<br />

ou seja: as vozes dos atores e os sons ambientes. Todos<br />

nós sabemos que isso é bem raro. E um filme sem<br />

música perde um componente raro de comunicação direta<br />

com a platéia, e este componente não precisa de<br />

palavras para ser entendido. É um sentimento universal<br />

no qual qualquer platéia se envolve e compreende, sem<br />

precisar de explicações.<br />

Passemos então à dança em todas as suas vertentes:<br />

clássica, moderna, jazz, gafieira, jongo, samba, contemporânea;<br />

fica difícil imaginar qualquer uma delas sem uma<br />

marcante presença musical. É verdade que já há experimentos<br />

de dança contemporânea sem som algum, o que é importante<br />

como ousadia e pesquisa, mas, mesmo assim,<br />

normalmente são exceções. Tanto que o nome do compo-<br />

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sitor de músicas para balés é tão importante quanto o do<br />

coreógrafo que cria os movimentos do espetáculo.<br />

Também nas artes plásticas, há já alguns anos, a tendência<br />

é de que uma exposição seja acompanhada de<br />

uma trilha sonora que combine com a idéia básica do<br />

pintor ao imaginar o conteúdo do que está demonstrando<br />

de forma plástica.<br />

Tudo isso é só para dar uma idéia do quanto a<br />

música atravessa nossas vidas, e a importância dela,<br />

mesmo que, por vezes, não nos demos conta de toda<br />

sua dimensão.<br />

Música e teatro<br />

Se pensarmos que no século XVI Shakespeare já<br />

utilizava a música em seus espetáculos, e Molière no século<br />

XVII já tinha no compositor Lully um grande parceiro,<br />

podemos ter a dimensão da importância musical<br />

no que toca às artes cênicas, tanto no teatro quanto na<br />

ópera (Mozart, para só citar um exemplo).<br />

De lá para cá, sua importância só foi se fortalecendo<br />

em todo o planeta, e hoje há inúmeras tendências de<br />

utilização da música no teatro.<br />

Vamos então abordar algumas possibilidades sonoras<br />

no fazer teatral, dentro de espetáculos sem compromissos<br />

com o sucesso comercial, mas certamente<br />

comprometidos com resultados cênicos, de empatia<br />

tanto com a platéia quanto com o próprio grupo, que<br />

utiliza a música como elemento fundamental na construção<br />

de uma peça, seja ela um texto já existente ou<br />

uma criação coletiva.<br />

A trilha sonora<br />

Vamos entender por trilha sonora uma seleção de<br />

músicas já gravadas e sons variados que servirão como<br />

interferências musicais/sonoras no desenvolvimento de<br />

um espetáculo teatral.<br />

Este é um recurso inesgotável. Na verdade, todas<br />

as composições registradas até hoje podem ser<br />

utilizadas de acordo com as necessidades do espetáculo.<br />

É certo que este uso não é aplicável a produções<br />

profissionais sem que antes se paguem os direitos<br />

autorais, seja na SBAT (Sociedade <strong>Brasil</strong>eira de<br />

Autores Teatrais) seja na ECAD (Escritório Central<br />

de Arrecadação e Distribuição). Mas em se tratando

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