DRAMÁTICA NARRATIVA - Leia Brasil
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P R O P O S T A D E L E I T U R A D E M U N D O A T R A V É S D A N A R R A T I V A D R A M Á T I C A<br />
Rasga Rasga Cor Coração Cor ação ação, ação de Oduvaldo Vianna Filho, 1979. Divulgação.<br />
todos. O objetivo comum é contar a mesma história e<br />
saber qual história estamos contando. Mas, sobretudo<br />
acreditar no poder que a nossa história tem de penetrar<br />
no coração dos outros. Podemos fazê-los rir, ou chorar.<br />
Pensar e se emocionar. Mas, sobretudo devemos mobilizá-los<br />
com a nossa narrativa. Sermos capazes de nos transformar<br />
para transformá-los. E nunca esqueçam que podemos<br />
sempre fazer de novo, refazer, recriar, tentar de<br />
maneira diferente, até acertar o melhor jeito de fazê-lo.<br />
Este espaço cênico é o espaço mais democrático que<br />
existe. Aqui podemos falar tudo, sentir tudo e estará<br />
implícito que não haverá julgamentos, nem atitudes preconceituosas,<br />
nem privilégios, nem injustiças. Neste espaço<br />
vamos respeitar a liberdade de pensar, de agir, de<br />
criar. Neste espaço seremos sonhadores, poetas, utópicos.<br />
Neste espaço desejaremos o ideal para que possamos<br />
errar e improvisar e termos o direito de sempre tentar<br />
atingi-lo. Aqui, não se pergunta se o aluno-ator é bonito,<br />
feio, alto, baixo, gordo, magro, apenas exigiremos<br />
dele dis-po-ni-bi-li-da-de para se lançar no desconhecido,<br />
para ter a coragem de se descobrir onde não é visível,<br />
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onde não é tangível. Para tentar alcançar o inalcançável,<br />
para tentar conquistar, qual um Prometeu, o fogo sagrado<br />
da Sabedoria.<br />
Aqui é onde vamos saber que não somos Deuses,<br />
mas temos o livre-arbítrio. A possibilidade e a coragem<br />
de escolher. E, numa forma circular, voltaremos a cantar<br />
e dançar para celebrar este espaço único do fazer, onde<br />
não seremos julgados, mas, apenas celebrados.<br />
Se isso não é a vida, então não sei o que é.<br />
Sabemos o começo e o fim de todas as histórias dos<br />
homens. Um dia ele nasce e ao final ele morre. O que<br />
ele faz “durante” é o que se tem para contar. O teatro<br />
fala do homem. O homem está no centro do teatro. O<br />
durante – bem, cabe a cada homem criar sua própria<br />
história. E a cada grupo de homens criarem a história de<br />
sua comunidade. E a cada comunidade cabe recontar esta<br />
história para as outras gerações e aí voltamos novamente<br />
à forma circular.<br />
Portanto, meus queridos, vamos ter atenção com a<br />
história que queremos criar para as novas gerações, porque<br />
os que vierem depois de nós, contarão as nossas his-