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DRAMÁTICA NARRATIVA - Leia Brasil

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PROPOSTA DE LEITURA DE MUNDO ATRAVÉS DA <strong>NARRATIVA</strong> <strong>DRAMÁTICA</strong><br />

CENÁRIO<br />

em qualquer lugar: praça, rua ou galpão. O espaço teatral<br />

é a estrutura física do edifício como um todo, ou<br />

mesmo uma rua, dependerá sempre da linguagem do diretor,<br />

da peça a ser encenada, compreendendo ainda a<br />

platéia e o espaço cênico, que se caracteriza a partir da<br />

ação dramática.<br />

Depois dessa sucinta evolução dos gregos até hoje,<br />

passo a falar sobre a minha visão a respeito da cenografia.<br />

A importância da cenografia:<br />

o meu olhar<br />

A cenografia não é uma linguagem internacional,<br />

isto é, seu discurso não pretende ser compreendido por<br />

todos, da mesma maneira, em qualquer parte do mundo.<br />

Na verdade, o que para uma pessoa pode ser uma<br />

expressão cenográfica sublime, poderá parecer bastante<br />

desagradável para outra. Um cenógrafo, usando material<br />

velho, poderá nos deixar sem fôlego com seu trabalho.<br />

A mesma cenografia que nos fascina à outra pessoa pode<br />

parecer um amontoado de lixo. Como qualquer atividade<br />

artística, ela revela, através dos materiais e das formas<br />

que usa, um conjunto de emoções e de idéias relativas e<br />

pessoais.<br />

Não há dúvida de que a cenografia é de importância<br />

fundamental para o sucesso de uma montagem,<br />

devendo servir a inumeráveis objetivos. A cenotécnica,<br />

a iluminação e a indumentária permitem<br />

Divulgação.<br />

60<br />

uma qualidade no resultado final do espetáculo tal<br />

que, cada vez mais, diretores e produtores buscam o<br />

auxílio de profissionais considerados competentes e<br />

de talento artístico inegável para a elaboração e realização<br />

de seus projetos.<br />

Mas a arte cênica é uma arte especial, difícil. Cabe<br />

ao cenógrafo conciliar uma série de condições para permitir<br />

uma resposta à proposta cênica do diretor. Tudo<br />

tem que ser previsto, calculado com o maior rigor, para<br />

que sejam evitados os exageros, para que não se sacrifique<br />

a intenção do dramaturgo, para que se respeite o<br />

sentimento exato da concepção cênica, sem apelar para<br />

efeitos banais e fáceis. O cenógrafo colabora com o diretor,<br />

mas também com o autor, no sentido de que, através<br />

dos elementos descritivos que propõe, sejam representados<br />

tanto o pensamento do autor como a verdade<br />

cênica desejada pelo diretor.<br />

Nada deverá ser esquecido ou abandonado irrefletidamente:<br />

e aí entra o talento, o senso crítico, a formação<br />

técnico-cultural, a compreensão do texto, a sensibilidade<br />

e a capacidade de realizar do cenógrafo.<br />

Podemos dizer, portanto, que cenografia é tudo o<br />

que é registrado plasticamente em cena. Não podemos<br />

separar cenários, figurinos, adereços, iluminação ou até<br />

mesmo a marcação de cena, isto é, a movimentação dos<br />

atores, porque também estabelecem fluxos, massas, volumes,<br />

num determinado espaço.<br />

Se num espetáculo é a cenografia que fala primeiro,<br />

se ela não transmitir pela linguagem plástica, imediatamente,<br />

o clima certo, o público poderá ser conduzido<br />

por caminhos errados, distanciando-se do que se poderia<br />

chamar de idéia correta da peça.<br />

Por outro lado, a cenografia não pode e nem deve<br />

ser a “vedete” do espetáculo. Mas deve, isto sim, buscar<br />

atender às exigências da peça, à proposta da direção: criar<br />

uma linguagem para o espetáculo. A cenografia não<br />

pode ser desenhada apenas para agradar aos olhos do<br />

espectador e muito menos para satisfazer a vaidade do<br />

cenógrafo. O grande artista Santa Rosa (Paraíba, 1909 –<br />

Nova Delhi, 1956) tinha palavras muito duras para este<br />

tipo de trabalho vazio:<br />

“Há os que concebem o palco como uma vitrine de<br />

produtos de beleza. Com muito ‘it’ e cor-de-rosa, se pressinta<br />

no ar moléculas de pó-de-arroz, tornando o espaço<br />

cênico frio e impróprio à verdade teatral, cheia de<br />

calor humano”. 1

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