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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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força quando transformado em projeto/plano de modernização local empreendido no<br />

governo João Durval Carneiro (1967-1971) na prefeitura. Este agrupamento se torna<br />

representante e porta voz de um projeto de busca por dominação política, direção<br />

intelectual e moral da sociedade local, portanto, um príncipe moderno na cidade.<br />

A bibliografia mais recente sobre a ARENA 370 , traz novas possibilidades<br />

interpretativas sobre o partido, dando-nos novos referenciais para a pesquisa. A grande<br />

questão elaborada por Lúcia Grimberg se refere à interpretação sobre a ARENA ser<br />

apenas um bode expiatório para a ditadura ou se essa se conformou enquanto partido<br />

político.<br />

A fundação da ARENA surgiu pela necessidade do regime manter um sistema<br />

institucional que garantisse a sua sobrevivência. Era sabido dos militares no poder que<br />

não bastava a força e o jugo das forças armadas para sustentação de um regime,<br />

principalmente um em que o processo de surgimento foi pela tomada do Estado em<br />

nome da defesa da democracia. O regime precisava de sustentação, a transição de<br />

Castelo para Costa e Silva deveria ocorrer com tranqüilidade e apoio que não fosse<br />

somente o 371 militar. O AI-2 era em parte expressão/ resultado de conjunturas. Castelo<br />

precisou encontrar alternativas para os rumos do país, pois a existência do<br />

pluripartidarismo e de certa liberdade de expressão inviabilizava a sustentação do<br />

regime, já que oposição através de denuncias, votações contrárias aos militares<br />

tornavam o clima inseguro para o ditador e seus aliados. Alguns grupos levaram a<br />

instituição do ato como o ajuste legal da eleição indireta para presidente, maior<br />

autonomia para perseguição através de condenações que viriam da investidura do Ato à<br />

Justiça Militar no julgamento de civis que cometessem crimes contra a segurança<br />

nacional.<br />

A eleição de 1965 que deu a antigos apoiadores de JK cargos eletivos havia<br />

preocupado os militares e seria sem dúvida um motivo para reação com o AI-2, porém,<br />

“Trata-se de um conjunto de medidas de alcance muito maior, que na verdade,<br />

ensejaram a retomada da “operação limpeza”, tal como desejava a linha dura” 372 . Nesta<br />

ocasião a linha dura mostrava a sua força de delinear os caminhos que posteriormente<br />

levariam ao AI-5. A linha dura reclamava no governo Castelo uma série de coisas e<br />

370 GRIMBERG, Lúcia. Partido Político ou bode expiatório: um estudo sobre a Aliança Renovadora<br />

Nacional ARENA (1965-1979). Rio de Janeiro: Mauad X, 2009.<br />

371 Idem, Ibidem, p. 85.<br />

372 FICO, Carlos. Além do Golpe: Versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura Militar. Rio de<br />

Janeiro: Record, 2004, 74.<br />

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