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REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...

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O fato da hegemonia pressupõe indubitavelmente que sejam levados em<br />

conta os interesses e as tendências dos grupos sobre os quais a hegemonia<br />

será exercida, que se forme um certo equilíbrio de compromisso, isto é, que o<br />

grupo dirigente faça sacrifícios de ordem econômico-corporativa; mas<br />

também é indubitável que tais sacrifícios e tal compromisso não podem<br />

envolver o essencial, dado que, se a hegemonia é ético-política, não pode<br />

deixar de ser também econômica, não pode deixar de ter seu fundamento na<br />

função decisiva que o grupo dirigente exerce no núcleo decisivo da atividade<br />

econômica. 284<br />

Nesta definição que assumimos do estado moderno, podemos identificar nas<br />

análises realizadas estas estratégias dentro do campo de atuação políticas de grupos<br />

dirigentes, como fundamental para estabelecimento /ou manutenção de uma ordem.<br />

Com os elementos discursivos e as obras relacionadas à urbanização, os grupos<br />

locais no poder buscavam a hegemonia, pelo consenso e coerção sob um Estado em<br />

ditadura civil/militar, que reprimia qualquer suspeição de oposição por parte dos<br />

trabalhadores que ameaçasse as bases das classes dirigentes no país. Como<br />

conseqüência, foram censurados vários mecanismos políticos de participação popular.<br />

João Durval dispunha de aparelhos e organismos de classe para estabelecer uma<br />

hegemonia. Valente 285 , referindo-se aos agentes sociais que tiveram por iniciativa a<br />

industrialização e a modernização em Feira, demonstra o papel importante do governo e<br />

seus mecanismos de poder. Aponta questões pertinentes para compreender a posição<br />

central que João Durval tem como um dos articuladores do projeto, com o pedido de<br />

montagem de um Plano de Desenvolvimento Local Integrado. Seguindo, faz um recuo<br />

temporal na pesquisa, para entender as entidades de classes e os setores sociais que<br />

enfrentam a tarefa, e mesmo sem experiência formam um grupo de industriais. À frente<br />

disto, João Durval, que nas palavras de Valente “(...) se assemelha ao que Gramsci<br />

chama de “político em ato”, aquele que se coloca como “um criador, um suscitador, mas<br />

não cria a partir do nada nem se move na vazia agitação dos seus desejos e sonhos”, este<br />

“toma como base a realidade efetiva”. 286<br />

No mesmo texto, Valente traz uma reflexão sobre o Rotary Club e o papel<br />

aglutinador para classes dirigentes e, a propagação do americanismo para transformar<br />

284 GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. Vol.3 p. 48.<br />

285 VALENTE, Andrei de Brito. Estado e direção de classe: algumas reflexões sobre o processo de<br />

industrialização em Feira de Santana. Comunicação apresentada no I Seminário Anual do Laboratório de<br />

História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais. Feira de Santana, UEFS, 2006. p.7.<br />

286 VALENTE, Andrei de Brito. Estado e direção de classe: algumas reflexões sobre o processo de<br />

industrialização em Feira de Santana. Comunicação apresentada no I Seminário Anual do Laboratório de<br />

História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais. Feira de Santana, UEFS, 2006. p.7.<br />

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