REGULAMENTO DO TRABALHO DA MONOGRAFIA - Universidade ...
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conflitos de interesses entre subalternizados e dominantes onde prevalece - mesmo que<br />
o equilíbrio de forças possa pender para o lado oposto - interesses dos grupos<br />
dominantes 58 . Os grupos sociais estão sujeitos as influências das ideologias<br />
internacionais, “Uma ideologia, nascida num país desenvolvido, difunde-se em países<br />
menos desenvolvidos, incidindo no jogo local das combinações” 59 , que são estas<br />
combinações? São os equilíbrios das relações de forças, luta de classes, que geram<br />
resultados variáveis em situações múltiplas que podem levar os grupos subalternizados<br />
ou dominantes, ao desenvolvimento histórico de opressões e resistências observáveis<br />
para, no nosso caso, o pesquisador.<br />
O Rotary Club se enquadra na categoria de partido internacional que difunde<br />
ideologias exteriores. Chega à cidade em 1941 e suas primeiras reuniões são realizadas<br />
na casa João Marinho Falcão. Andrei Valente iniciou a análise deste grupo:<br />
Parece que seu programa essencial e a difusão de um novo espírito<br />
capitalista, ou seja, a idéia de que indústria e comércio, antes de serem um<br />
negócio, são um serviço social, ou, mais precisamente de que são e podem<br />
ser um negócio na media em que são um serviço. ” 60<br />
O Rotary Club teria por função a difusão desse novo espírito e<br />
funcionaria como mais um elemento de integração entre Feira de Santana e o<br />
capital internacional, como podemos comprovar através das diversas visitas<br />
registradas nas páginas dos jornais Feira hoje e Folha do Norte, de<br />
estrangeiros recepcionados por esta organização bem como pelas lojas<br />
maçônicas da cidade. 61<br />
A chegada do Rotary Club na década de 40 em Feira de Santana<br />
coincide com a atuação dos empresários no sentido de diversificar suas<br />
atividades econômicas vinculando- se, num primeiro momento, a uma<br />
industrialização incipiente e pouco qualificada mas que a partir da década de<br />
60, após o golpe civil/militar, passa a receber diversos incentivos de<br />
aparelhos de hegemonia como o CEDIN (financiado por capital externo) e<br />
SUDENE servindo também como elo de articulação entre o capital nacional e<br />
internacional que passam a instalar industrias na cidade. 62<br />
58 Ver: GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Volume 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,<br />
2000. P.41-42.<br />
59 GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Volume 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.<br />
P.42<br />
60<br />
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere: volume 4. 2. ed Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,<br />
2007. p. 295-296.<br />
61<br />
VALENTE, Andrei de Brito. Estado e direção de classe: algumas reflexões sobre o processo de<br />
industrialização em Feira de Santana. Comunicação apresentada no I Seminário Anual do Laboratório<br />
de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais. Feira de Santana, UEFS, 2006. p. 10. (no prelo)<br />
62<br />
VALENTE, Andrei de Brito. Estado e direção de classe: algumas reflexões sobre o processo de<br />
industrialização em Feira de Santana. Comunicação apresentada no I Seminário Anual do Laboratório<br />
de História e Memória da Esquerda e das Lutas Sociais. Feira de Santana, UEFS, 2006. p. 10. (no prelo)<br />
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